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A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

21
Mar25

Tudo ao molho e fé em Ronaldo

Bob, o Construtor... de ilusões (ou a depressão Martinez)


Pedro Azevedo

O Roberto Martinez nunca comete o mesmo erro duas vezes. Não, pelo contrário, descobre sempre novos erros para cometer. Se insistisse no mesmo erro seria um teimoso, assim é um criativo. Da asneira. A equipa não foi intensa, perdia a bola com facilidade, na frente os jogadores pediam a bola no pé e não no espaço, ninguém se desmarcava, mas, ainda que constatando tudo isso, o senhor Martinez diz que houve atitude. Estamos muito mais descansados! Para Martinez, o Vitinha é o melhor médio da Europa e o Ronaldo um dos melhores pontas de lança actuais. Depois há o Nuno Mendes, um dos melhores laterais esquerdos do mundo, Bruno Fernandes, um médio extremamente goleador, Ruben Dias, um xerife da defesa, e João Neves, grande revelação do futebol mundial dos últimos anos. Então, porque é que Portugal joga tão pouco, ao ponto de Diogo Costa ter sido o melhor em campo? Não será pelos jogadores, certamente. Também não será crível que a culpa possa ser assacada ao médico ou fisioterapeuta. Nem ao roupeiro. Mesmo o Pedro Proença, que sempre achei fraco, não teve ainda tempo suficiente no cargo de presidente da FPF para cometer erros (um situacionista foge da audácia como um gato da água, não vá a ousadia impedir que salve o pêlo), apesar de eu ter estranhado em véspera de um jogo importante os jornalistas terem perguntado aos jogadores sobre José Mourinho. Assim, a resposta parece-me tão óbvia quanto as consequências da Depressão Martinho (ou será Martinez?): o maior culpado chama-se Roberto Martinez. Ele vê coisas que mais ninguém enxerga. Mas não é visionário quem quer, só quem pode, algo estritamente reservado a génios. Ora, génio é coisa que o sedutor Martinez, sempre tão desejoso de agradar, não é. Por isso, o nosso avançado mais fiável que joga lá fora e com melhores números em campeonatos dos Big 5 (Diogo Jota), um explorador por natureza do espaço, na Selecção do senhor Martinez tem como destino a suplência. Da mesma forma que o médio com maior participação em golos em Portugal nos últimos 4 anos (Pote) quase nunca calçou. Para não falar de outro patinho feio para o Seleccionador (Matheus Nunes), cuja envergadura, aceleração com bola e capacidade de quebrar linhas são características desprezadas por Bob, o Construtor... de ilusões. Enfim, admita-se, não é um titular indiscutível do City, mas então por que razão o Félix tem lugar cativo nas escolhas de Roberto? Aparentemente, porque faz muito bons estágios. Tal como um bom whiskey, pelo que daqui a uns 12 ou 15 anos estará no ponto. No malte, ou Malta, depois de todos os treinadores que insistiram ad-nauseam nele terem tido de empenhar os anéis para salvarem os dedos. Esses estarão todos errados, o Martinez é que está certo. Lembro-me de ver algo semelhante na tropa, em que o passo trocado era sempre de todos os outros e nunca do próprio. Ainda assim, face ao ocorrido em Copenhaga, a derrota pela diferença mínima foi um bom resultado, na medida em que deixa em aberto para Alvalade a possibilidade de uma reviravolta. Apesar de Martinez. Pelo que terão de ser os nossos jogadores a dar dois passos atrás e não um à frente na direcção do precipício. Até porque já não há o João Pinto é só ele sabia como flutuar sobre o vácuo ou atirar a bola contra o próprio poste para evitar um canto. Canto do cisne? No Domingo se verá. Mas há qualidade para melhor. Muito melhor. De preferência, sem estágios onde os nossos jogadores desaprendam o que sabem. Se é para jogarmos como na Dinamarca, então eu prefiro o Ramos, abstinente em estágios mas competente nos apoios frontais e na procura da profundidade, uma muleta ideal para o Jota. E o Quenda. Porque ninguém está errado por fazer as coisas certas, mas Martinez nunca estará certo se continuar a fazer tudo errado. Por muito que tenhamos grandes jogadores, que um fraco rei (Momo) faz fraca a forte gente. Já dizia o Camões, um visionário a quem bastou um olho para ver o que Martinez não descortina com os dois olhos bem abertos. 

 

"A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre." - Oscar Wilde

 

Tenor "Tudo ao molho...": Diogo Costa

 

P.S. Ao contrário de alguns, eu creio que o Ronaldo ainda pode ser útil à Selecção, O que não entendo é que Martinez, mais ainda após ter dito ver o Ronaldo actual como um avançado estritamente de área, depois lhe peça para descer entre-linhas e construir a partir daí. 

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