Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

06
Out25

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

Um ocaso nada por acaso


Pedro Azevedo

IMG_5626.webp

Um elemento essencial da cultura corporativa de qualquer empresa é a sua identidade, pelo que, quando os leões vão a campo disfarçados de panteras (cor de rosa), um dos seus símbolos identitários está a ser posto em causa, não havendo causa por mais nobre que seja (e a da prevenção do cancro de mama indiscutivelmente assim o é) que o justifique. Coincidência ou não, o Sporring foi sempre muito meiguinho, não explorou os 30-40 metros existentes nas costas da subida defesa bracarense, nem conseguiu trocar dois ou três passes seguidos sem perder a bola. Foi assim uma exibição arco-íris, paz e amor, "woke" até dizer chega (Chega?), sempre em defesa das minorias (Braga). Para tal também contribuiu a inexistência do nosso meio campo, com Simões a passar de titular a não-convocado sem razão conhecida (admito que o cor de rosa não lhe assente bem), Morita mais a pensar no hara-kiri do que disponível para a batalha no miolo e Hjulmand abaixo do melhor que já lhe vimos, sem ninguém capaz de transportar a bola em progressão e assim encontrar uma forma alternativa de contornar a zona de pressão do Braga. Com Inácio e Debast sempre à beira do abismo, a permanentemente oferecerem a bola ao adversário, o que deixa à beira de um ataque de nervos um ser fleumático. Ainda assim os deuses da fortuna estiveram connosco. É que já se sabe que no fim do arco-íris há um Pote, e Suarez por caminhos sinuosos encontrou o ouro. Antes do intervalo, Rui Silva evitou que o Braga arrombasse o cofre, após Lelo ter aplicado um pé de cabra (a bola elevou-se quase na perpendicular, como se tivesse levado uma marrada).

 

No segundo tempo, não se registaram melhorias significativas. Borges trocou Morita pelo "Ponytailshvili", mas o rabo de cavalo ("chonmage") não faz um samurai (dos bons tempos do japonês), a sua bravura sim. Já a entrada de Alisson (por Trincão, cujo holograma foi projectado no relvado durante 1 hora) deu mais velocidade e capacidade no 1x1 à equipa, mas Suarez, já muito cansado, disso não beneficiou. Entrou então Ioannidis, um jogador com maior potência e que se julgaria ideal para finalmente aproveitar o muito espaço existente nas costas dos bracarenses. Paradoxalmente, o Sporting nunca o solicitou dessa forma, antes pedindo-lhe um jogo associativo. Incapaz de exercer a mesma pressão sobre a saída de bola que é uma das grandes virtudes de Suarez, o não aproveitamento das melhores qualidades do grego acabou por ser um "loose-loose" para o Sporting. E assim o Braga foi continuando a acreditar, até que Hjulmand puxou a camisola de um adversário numa bola parada e o VAR assistiu o árbitro no sentido de este marcar o competente penalty. Zalazar não perdoou (o que é uma características dos Zalazares, seja em que país fôr) e assim voaram 2 pontos que nos teriam permitido simultaneamente aproximar do Porto e distanciar do Benfica. "É o que é",  dirá o Rui Borges naquele seu jeito sincero e conformista de quem não esconde a realidade mas também não a contraria, e "nesse sentido" talvez seja melhor pôr-se a pau, porque o treinador parece preso a estatutos, não está a aproveitar as melhores características dos seus jogadores, claramente menosprezou na antecâmara da época a importância da posição "8" e não está a conseguir suster a instabilidade exibicional que faz a equipa descer do 80 até ao 8 no espaço de duas semanas. Já não há Gyokeres, para esconder o que está menos bem, pelo que Borges hoje trabalha sem rede. E também não há St Juste, o que se calhar não é o melhor para o ambiente do balneário. Não há coincidências, nada acontece por acaso. E quem acredita no acaso, cedo ou tarde acaba por deparar-se com o ocaso. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Suarez 

126 comentários

Comentar post

Pág. 1/3

Mais sobre mim

Facebook

Apoesiadodrible

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub