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A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

16
Mar25

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

Fama...lição


Pedro Azevedo

Se o Benfica é indiscutivelmente o clube de bairro mais português de Portugal e o Porto quis vender durante muitos anos a ideia de ser uma "aldeia de irredutíveis gauleses" cujo poder residia nas "poções mágicas" engendradas pelo seu druida Pintocostix (e enterrando machado e práticas antigas, sente a natural dificuldade de impôr um novo discurso e posicionamento), o Sporting é muito "british" desde a sua fundação. No nome e no trato, na fleuma mas também nos princípios e nas regras que quer trazer para o faroeste lusitano que se estende até ao Cabo da Roca e onde o que se poupa na prevenção consome-se depois em excesso de ruído de tribunais e comissões de inquérito com conclusões nas calendas gregas (ou não fosse tudo isto uma tragédia). Evidentemente, um clube assim está em contra-ciclo com o seu próprio país, pelo que não será de admirar que tantas vezes Portugal tenha sido pequenino para o Sporting, nessa pequenez diluindo a grandeza do próprio clube. Faz-me lembrar a história do Infante D. Pedro, seguramente o mais brilhante da já de si insigne Ínclita Geração e autor da famosa Carta de Bruges (destinada ao irmão, o rei D. Duarte). O Pedro das 7 Partidas, aquele sobre o qual escreveu Sophia: "Nunca choraremos bastante, nem com pranto amargo e forte, aquele que fundou glória e grandeza e recebeu em paga insulto e morte". Do gozo insultuoso, ou falta de compreensão e consideração, podemos não nos livrar, mas a morte vamos enganando época após época. Sem perdermos o nosso brilhantismo que tanto incomoda, aquele que Oscar Wilde sintetizava da seguinte forma: "A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para se ser popular é indispensável ser-se medíocre" (uma fama...lição). 

 

Tendo Amorim ou não, com ou sem aquele que mais 3 anos e estará num colosso europeu, a verdade é que o Sporting chega ao último quarto do campeonato na liderança. Um quarto que se está a antever como crescente nas exibições, na directa proporção da recuperação de influentes jogadores outrora utentes do abundante hospital de campanha sito em Alcoitão, perdão, Alcochete. Quem já voltou sem limitações foi o Gyokeres. A anunciar a depressão Laurence... nos seus adversários, que se dividem entre consultar o IPMA ou... um psicanalista. O sueco em campo é anúncio de tempestade, um vendaval a soprar de corredor em corredor. Da esquerda congeminou o primeiro golo, da direita ofereceu o terceiro, ao centro bateu o penalty do segundo. No resto do tempo arreliou, desgastou e devastou física e psicologicamente todos os que lhe tentaram fazer frente. E o que dizer do Quenda? Que craque! Muita qualidade naquele pé esquerdo... E um pormenor: aquando da recepção de bola, enquanto outros a fazem chorar convulsamente, não há ninguém em Portugal que a faça adormecer automaticamente aos seus pés como ele (se não fosse futebolista, teria uma carreira de babysitter pela frente). Depois, o Morita não pode passar ao lado desta crónica. O que é que foi aquilo que ele fez à bola no lance do penalty a nosso favor? Que sortilégio, que toque de magia! Bem também, aliás, muito bem, o Rui Silva, com duas belíssimas "paradas". O Fresneda, por outro lado, mostra a riqueza do nosso vocabulário (não é para todas as línguas) ao distinguir a diferença ontológica existente entre o "ser" e o "estar": ele é um lateral direito, mas está muito bem como um segundo avançado. Além de que como segundo avançado tem a vantagem de a única coisa de que se tem de desembaraçar ser a bola (e não um adversário), o que ele faz particularmente bem. Por fim, o Diomande: testosterona a mais, serotonina a menos? Alguém por favor lhe transmita que para "mau tempo" já bastam estes tristes dias de Março. 

 

Estamos em primeiro!

 

Tenor "Tudo ao molho...": Vik "Thor" Gyokeres

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