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A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

09
Mar25

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

O Paizão Borges


Pedro Azevedo

Após a saída de Rúben Amorim, os jogadores do Sporting sentiram orfandade. Para resolver o problema, Frederico Varandas lembrou-se de chamar um irmão mais velho. O problema dos irmãos mais velhos é que são muitas vezes contestados pelos mais novos, especialmente se estes tiverem "pêlo na venta" e sentirem que o mais velho está a introduzir alterações ao anteriormente estipulado por uma figura de maior autoridade, Assim, o João Pereira foi num instante da A a Z, recuperando posteriormente até à B em tirocínio para um gigante europeu (uma letra que ainda não foi inventada pelo presidente), e Varandas não teve outro remédio se não arranjar um pai de adopção para o plantel. Veio o Rui Borges. No início, o Rui Borges quis impor o seu sistema. Mas, com poucos ovos (médios) para a omelete (sistema), cedo estropiou os poucos jogadores existentes. Por isso, o lema "onde vai um, vão todos", de Amorim, virou um "onde vai um, vão todos... para a enfermaria". Até que não sobrou um médio para amostra. Ora, a realidade pode ser mascarada em percepções da mesma até ao momento em que choca de frente connosco. "É o que é", diz o Rui (assim como quem está "feito ao "bife", com "nesse sentido" como o ovo a cavalo), pelo que voltou atrás e adoptou o sistema de Amorim. Mas com uma nuance: como pai de fortes raizes transmontanas, Rui Borges é um conservador. Logo, em vez de 3-4-3, Borges joga num 5-2-3, que uma coisa é ter Quenda e Maxi (ou Geny) nas alas, outra é jogar com Fresneda e Matheus Reis (para Amorim já só contava como central pela esquerda). E, nessas condições, lá fomos nós a Rio Maior jogar com um Casa Pia que, paradoxalmente, anda com a casa às costas, o que deve pesar ainda mais um bocadinho por ser um Duplex (Tchamba). 

O jogo começou bem para nós e logo o Trincão falhou um golo cantado após o vendaval que Gyokeres soltou na esquerda. Não tardou até que o Gonçalo Inácio inaugurasse o marcador pelo segundo jogo consecutivo, novamente de cabeça, na sequência de um belo cruzamento da direita do Quenda. A partir daí, e durante largos minutos, o Sporting só conheceu uma táctica: bola para o mato e o Gyokeres que nos ganhe o campeonato. Ainda assim, o sueco recolheu uma bola despejada por Hjulmand para a entrada do meio campo do Casa Pia, junto à linha lateral do lado esquerdo, flectiu para dentro e disparou para o segundo. Com o golo, a equipa desacelerou ainda mais. Mas o jogo estava controlado, assim como controlados estavam os avançados casapianos. Acontece que nos escapou o Esgaio, um ponta de lança especialmente letal com a canela. E o Casa Pia reduziu, em cima do intervalo. No segundo tempo, a toada manteve-se. Valeram-nos uma enorme defesa de Rui Silva (52 minutos) e um falhanço incrível de Esgaio, em nova canelada que rasou o poste (o Esgaio é o pessimista típico de que falava o Oscar Wilde, aquele que, podendo escolher entre dois males, opta pelos dois). Em termos atacantes nada fazíamos, a não ser chutões na direcção de Gyokeres. como quem lança um osso a um perdigueiro e espera que de volta ele traga um lingote de ouro. Até que o Rui Borges decidiu-se e lançou o Morita, passando o meio campo a ter um jogador de penetração e não só de passe. A melhoria foi quase automática. Seguiu-se um novo golpe de asa do Rui,  ajudando a dar a manchada final no jogo, colocando em campo o Maxi por troca com o Matheus. Tendo que se preocupar também com a esquerda, o Casa Pia foi abrindo buracos. E assim se arranjou um penalty que o Gyokeres logo encarregou-se de converter. 

Com uma reprimenda aqui e um colinho acoli aos seus "filhos", a verdade é que o Rui Borges lá vai levando a água ao seu moinho. Bom homem, o Rui parece estar na sua cadeira de sonho mesmo quando a famosa Unidade de Performance acidentalmente a puxa para ele cair. Mas ele resiste, como todo o pai que quer ser um (bom) exemplo para os seus filhos. 

Tenor "Tudo ao molho...": Vik "Thor" Gyokeres. Menções honrosas: Rui Silva e Gonçalo Inacio. 

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