Tudo ao molho e fé em Gyokeres
Sandes Miszta
Pedro Azevedo
Caro Leitor, enquanto em Alcochete, desde que chegou Rui Borges, voltou a reinar a tranquilidade, nos nossos vizinhos há sinais de que o sonho hegemónico, quiçá até imperialista, foi retomado a todo o vapor. Tanto é assim que descobri pela Comunicação Social que o Barreiro está no Seixal (e no Seixal, e em toda a CS, só se fala no Barreiro), e não por acção de um terramoto (ou mesmo da Transtejo Soflusa). O facto de o Barreiro não estar mais no seu lugar natural (o Barreiro) foi um coelho que só podia ter saído da cartola (hat-trick) benfiquista, sempre desejosa de puxar para as suas hostes todos aqueles que lhe puderem dar uma mãozinha, seja por via das desventuras do Boaventura. de funcionários dos tribunais e agora também através da anexação do Barreiro. Não sei se isto vai dar uma Guerra Penínsular (de Setúbal), mas espera-se a solidariedade da comunidade para com o Barreiro. É que surpreende ainda mais a ideia que nos vendem de que o Barreiro assim está em alta, principalmente porque toda a gente sabe que quem diz Barreiro, diz Baixa (da Banheira)...
Bom, mas isso são contas de outro rosário, que o que nos trouxe hoje aqui foi a visita do Sporting ao Rio Ave. Sir Francis Bacon, que foi um ilustre político, filósofo e cientista inglês, dizia que um homem esperto cria mais oportunidades do que aquelas que encontra. Lembrei-me disso ao pensar em Rui Borges, sem dúvida um treinador astuto e camaleónico tacticamente, virtudes que aliadas ao seu optimismo e atitude positiva (face a lesões e falhanço em contratações) vão conduzindo a nossa equipa num sentido tão ascendente que hoje nos proporcionou um final de tarde inesperadamente descansado no tão renovadamente difícil e rico eolicamente Estádio dos Arcos, em Vila do Conde.
Com Debast no meio campo, mas a recuar e juntar-se a Diomande e ao regressado Inácio para o início de construção a 3, Rui Borges começou logo a surpreender. Petit pareceu baralhado e os seus jogadores idem, que não esperariam ver Maxi tão balanceado para a frente e na ajuda a Quenda no ataque. Sempre em superioridade numérica na esquerda, Rui Borges conseguiu assim libertar o joker Quenda para este espalhar magia. E espalhou, pelo que só um dia desgracado de Harder na finalização impediu uma goleada histórica. Ainda assim, deu para uma bela sandes Miszta: o Aderlan, em luta com o Fresneda, descobriu o queijinho (Manchego), o Hjulmand adicionou-lhe o Nobre fiambre dinamarquês e o Gyokeres, que esteve a maior parte do tempo no banco a serrar presunto, assim que entrou juntou o ingrediente final. E se foi Miszta, deveu-se também ao guarda-redes do Rio Ave, senão teria sido uma enorme club-sandwich. Assim mesmo, à inglesa, como o nosso Sporting.
Tenor "Tudo ao molho...": Quenda