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A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

24
Jul24

Tudo ao molho e fé em Deus

A Pré-época, de acordo com o filósofo Mário Jardel


Pedro Azevedo

O Jardel era tão aéreo que quando chamado à terra dizia coisas como "Clássico é Clássico e vice-versa" ou confundia adrenalina com naftalina. Não era traça, mas sim um traço da sua personalidade... Mas no ar "não havia pai" para ele. Quer dizer pai havia e chamava-se João Vieira Pinto, que até parecia ganhar asas quando no ar, mas este altruisticamente trocaria as acrobacias aéreas pelo papel de navegador do Jardel por entre a bateria de defesa anti-aérea dos rivais. Uma parceria com tanto sucesso que valeu ao Jardel ser imortalizado pelo Tê naquela passagem do "voando sobre os centrais...". É que o Jardel percebia os pássaros de uma forma que creio que só mesmo os pássaros e o João entendiam.

Veio este arrazoado a propósito da pré-época: o Jardel diria que pré-época é pré-época e vice-versa. E não estaria longe da verdade. Quer dizer, não é que a pré-época não seja importante, mas as cargas físicas assimétricas a que os contendores estão sujeitos inibe quaisquer extrapolações para o resto da época. Pelo que a pré-época serve essencialmente, do ponto de vista do adepto (que não do treinador), para rever jogadores e começarmo-nos a habituar às novidades no elenco. 

Ver jogar Pote e observar a inteligência com que transforma 1m2 num latifúndio é um privilégio gourmet a que só Roberto Martinez se pode dar ao luxo de prescindir. O Morita é outro que é capaz de encontrar um colega desmarcado numa cabine telefónica. por isso, mais do que olhos em bico, ele deve ter bico. De coruja. E assim ver aquilo que outros nem imaginam. Também gosto muito do Nuno Santos. E reconheço ao Pedro Henriques, de longe o melhor comentador da SportTV (concordando ou discordando dele, porque sempre consubstancia o seu ponto de vista e se percebe o seu conhecimento do jogo ímpar e uma independência e honestidade intelectual que nos media só encontram paralelo no André Pipa), onde também se realça o Luis Catarino, ver no Nuno aquilo que muitos insistem em não querer ver, como se a sua garra e qualidade de passe fizessem parte da normalidade. No fundo, o Nuno Santos é um "alemão", um "Maniche", um jogador que contrasta com o rococó típico português ao dele renunciar em nome da eficácia. Eficácia que não deve ser cara ao senhor Martinez, daí o Nuno ter ficado em casa e a Selecção passado 6 horas sem pôr a bola dentro da baliza dos seus adversários no Euro após um recorde de "cruzamentos" para a área. Uma boa surpresa foi o Rodrigo Ribeiro. Bom, nós já sabíamos que o Rodrigo era muito bom de bola, aquela disponibilidade para o jogo, sempre pronto para servir de referência e oferecer apoios frontais, é que era para muitos desconhecida. Além disso, a sorte sorriu-lhe: à primeira oportunidade marcou e mais tarde assistiu Trincão para o segundo, após controlo de bola que afastou dois sevilhanos do lance e um passe perfeitamente alinhado com o movimento do ex-barcelonista.  Também gostei do Diomande, que deu ares de patrão da defesa, e do Quaresma, que tem tanta técnica que até de pé trocado não compromete. Seguem-se os 5 Violinos. E depois o futebol a sério, com o Porto para a Supertaça. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Rodrigo Ribeiro

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