Um crime de lesa-futebol
Pedro Azevedo
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Pedro Azevedo
Pedro Azevedo
Começou ontem o Campeonato do Mundo de Rugby, o segundo maior evento desportivo à escala mundial. Para aperitivo tivemos um luxurioso França-Nova Zelândia, em Paris, como jogo inaugural. Os gauleses venceram (27-13), o que se traduziu na primeira derrota dos míticos All Blacks numa fase de grupos em mundiais. Portugal também está presente, naquela que é apenas a sua segunda participação em campeonatos do mundo. Curiosamente, a primeira igualmente ocorreu em França, em 2007. Os "Lobos" estrear-se-ão no próximo Sábado, dia 16, contra o País de Gales.
Ao contrário do que acontece no campeonato português, no rugby a este nível as comunicações do VAR podem ser escutadas (e escrutinadas) por todos os espectadores, no estádio ou por via da televisão, em tempo real. Não consta que haja motins à conta disso... Pioneiro na introdução na Europa da ferramenta do vídeo-árbitro, no que acompanhou uma prática antiga da NFL, o rugby cedo se destacou na procura da verdade desportiva, transparência e credibilidade das competições (a que se associa o fair-play dos jogadores). Infelizmente, por cá, no futebol, a revolução vai-se fazendo aos soluços, sempre com as habituais reticências, hesitações e desrespeito por quem paga: o espectador. Se no futebol a luta pela verdade desportiva é um embate permanente contra uma montanha, no rugby encontramos um vale da verdade. Ou uma oval da verdade. (No futebol a bola é redondinha, mas essa é a única perfeição que correntemente se pode associar a este desporto.)
Pedro Azevedo
É tudo muito bonito, o senhor João Ferreira, vice do CA, teve uma óptima prestação televisiva, mas os adeptos de futebol não querem refogados com um mês de panela. O que o público quer é a divulgação dos áudios em tempo real, durante os jogos, sem cortes ou qualquer tipo de tratamento posterior. À semelhança, aliás, daquilo que já se passa no rugby. Isso, sim, será um serviço em nome da transparência. E ajudará o espectador a acreditar na integridade das competições. Já viram o que seria para um Sportinguista ouvir reverter um golo como o do Ronny? Até parece que escuto um senhor João Ferreira de ocasião a declarar ao VAR: "vou anular o golo por mão flagrante do avançado do Paços. Obrigado!". Obrigado eu.
Pedro Azevedo
Primeiro foi a questão da intensidade (do toque na disputa de um lance), agora o tema é a corrente eléctrica. Em amperes nos (des)entendemos entre pares. O futebol português não é só um circo, mas também uma central termoeléctrica - é só "carvão" a ser queimado e poluição no ar.
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