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A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

18
Mar25

Eu show Roberto


Pedro Azevedo

A Selecção de Portugal regressa ao activo e essa é uma grande oportunidade de voltarmos a ouvir o senhor Roberto Martinez. Confesso que é um momento que, aguardo com o mesmo estado de espírito com que espero o programa semanal do Ricardo Araujo Pereira. Porque é humor a valer, um non-sense ao nível do melhor que se faz em Inglaterra, a pátria que imortalizou o género com os seus Monty Python, Rowan Atkinson ou Benny Hill. O que eu me ri quando o Roberto afirmou que a Selecção servia para recuperar jogadores (Cancelo e Félix) para os clubes ou que um jogo a feijões não proporcionou a estreia de Quenda! Ou que o melhor médio da Liga em 4 anos consecutivos (Pote) "teve azar" e o João Félix "é muito forte nos estágios". Como Deus também tem imenso sentido de humor, em consonância o Pote ficou em casa e o Félix falhou o penalty que nos afastou no Europeu. Nada porém que demovesse ou tivesse feito pensar o sr. Martinez. Desta feita viémos a saber que o Tomás Araujo estava fora da convocatória por ter uma "lesão crónica". Poucos dias depois jogou pelo Benfica, em Vila do Conde, pelo que talvez a lesão seja da honra (do Seleccionador). Se será crónica ou não, só o futuro o dirá. Vamos ver então o que valerá este estágio de Março nas contas finais da Liga das Nações, sabendo nós que o de igual mês do ano passado foi determinante para o elenco final do Euro-2024. Mas o mais provável é que o nosso Seleccionador venha a criar uma outra narrativa, que o seu sentido de humor dificilmente não prevalecerá sobre a coerência na justificação dos critérios que presidem às suas escolhas. Segue-se então a Dinamarca, pátria de um certo cavaleiro que inspirou Shakespeare. Nada que preocupe Martinez, certamente mais próximo do género Blackadder ou Em Busca do Cálice Sagrado, que montado num lote de jogadores invejáveis decerto confiará que os nórdicos não farão Hamlets sem ovos tão bons como os nossos. A caminho da Final Four, uma nova oportunidade para assistir ao show do Roberto. bob3.jpg

20
Nov24

Póqueres, lobos e cordeiros


Pedro Azevedo

Suspeito que se Vik "Thor" Gyokeres (ou será Póqueres?) fosse português, Roberto Martinez inundá-lo-ia de elogios e no final do dia poria o Fábio Silva como titular. Porque afinal há uma afinidade clara entre o Fábio Silva e o Sr Martinez: são ambos lobos (o Fábio é do Wolves, mas está emprestado ao Las Palmas). Porém, há uma não tão pouco subtil diferença: só o Roberto veste a pele de cordeiro (o símbolo do Las Palmas é um castelo e... um leão rampante). 

10
Set24

"Il Gattopardo"


Pedro Azevedo

"Algo deve mudar para que tudo continue como está." - frase do romancista Giuseppe di Lampadusa atribuída ao Princípe de Falconeri e mais tarde plasmada no filme homónimo ("O Leopardo") de Visconti. 

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É errado dizer-se que Roberto Martinez e Fernando Santos são farinha do mesmo saco. Primeiro, porque, apesar de tudo (e não foi pouco), Santos venceu 2 troféus (os únicos conquistados por Portugal no escalão sénior) e Martinez ainda nada ganhou. Segundo, na medida que onde Fernando era acabrunhado e de poucas palavras, Roberto é macio, suave e sedutor (não como a farinha, mas sim como o pó de talco, que é farinha de um outro saco combinada com mineral). Como tal, muito mais perigoso (ou prejudicial). 

 

Nota-se que há a um odor estranho no ar quando os melhores dos piores assumem a vanguarda e a vanguarda está na retaguarda (até o Ronaldo tem sentido dificuldades em permanecer à tona de água, tanto tem sido feito nos últimos anos, não certamente em nome da meritocracia, para o afogar num ror de críticas), qual automóvel de tração traseira e ímpeto sub-virador. Enquanto isso, Portugal aguarda...

30
Out23

Azar foi o dos Távoras (se fosse Cântaro...)


Pedro Azevedo

Azar foi o dos Távoras, o caso do Pedro Gonçalves é só o de um bom jogador de futebol cujo moral foi progressivamente corroído pelos anterior e actual seleccionadores nacionais, que sucessivamente o ostracizaram quando se encontrava num grande momento de forma (ao contrário de outros, que quando estão em baixo são convocados para que ganhem motivação e não caiam no esquecimento), até que abalado pela não relevância da meritocracia no seu caso desceu de produção. Talvez por ser Pote. Se fosse Cântaro, tantas vezes iria à fonte que um dia lá deixaria uma asa (a agarrar o lugar).

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06
Out23

Contra os canhões…


Pedro Azevedo

Desde que abandonou o Wolves para incorporar um obscuro clube de Manchester, um tal de City (não sei se conhecem), e ser treinado pelo Homem do Tic-Tac, ou lá o que é, que eu de despertadores só sei que têm a função de dar um alerta, o Matheus Nunes deixou de ser convocado para a Selecção, ao contrário de antigos companheiros de alcateia como Ruben Neves (agora no Al Hilal, da Arábia Saudita), Nelson Semedo, Pedro Neto e desse pináculo de qualidade futebolística extra para a qual o mundo ainda não abriu a pestana (mas Martinez, sim) que dá pelo nome de Toti Gomes. 


E assim o Matheus permanecerá somente entre as/os Bruma(s) da memória de quem torce por fora, olha para o futebol sem amarras e assim ergue a voz pela Pátria. O que vale é que ainda andam por lá (dentro) uns egrégios "avós" que vão levantando o esplendor de Portugal e guiando-nos à vitória. Até quando? 

PS: Este texto não é contra a convocatória do miúdo do Benfica, que aliás me faz muito recordar o Moutinho dos primeiros anos de leão ao peito. 

martinez.jpg

01
Set23

A convocatória de Martinez


Pedro Azevedo

A convocatória de Roberto Martinez para a jornada dupla com a Eslováquia e o Luxemburgo é polémica. Pior, as explicações do Seleccionador fazem pouco ou nenhum sentido. Como quando afirma ser a Selecção um espaço para recuperar e apoiar jogadores, o que, na ausência de um clube que o faça, deveria ser o papel da entourage pessoal de cada um deles e nunca da "Equipa de Todos Nós". (Os clubes promovem jogadores para a Selecção, pensar-se que cabe à Selecção promover jogadores para os clubes é uma ideia perigosíssima.) Mais tarde, a propósito da ausência de Paulinho, afirmou ser necessária consistência, o que apesar de fazer sentido colide com a inconsistência de chamar quem não tem minutos. Nota ainda para a vitamina dada à alcateia de Lobos, "Wolfpack", representada por José Sá, Nélson Semedo, Toti Gomes e Pedro Neto, representantes de uma equipa com uma prestação modesta na Premier League. Curiosamente, aquele que era destacadamente o melhor jogador do Wolverhampton, Matheus Nunes, novo reforço do Manchester City, ficou de fora. Entretanto, um jogador como Beto, com uma história de vida em que ninguém lhe deu nada de borla e tudo teve de ser conquistado com muito suor (muito similar à de Matheus), continua a não merecer uma oportunidade. Não esquecendo a aberrante exclusão de Nuno Santos, dada a ausência de Mário Rui, Nuno Mendes e Raphael Guerreiro, preterido em função de jogadores que não são laterais/alas esquerdos de raiz. 

 

PS: Uma coisa é a ideia de criar na Selecção um núcleo duro de jogadores semelhante à realidade de um clube, pensamento que fez escola com Scolari. Outra, bem diferente, é a utilização do espaço da Selecção Nacional para apoiar anjos caídos em desgraça ou promover jogadores. Pode isso coexistir numa Selecção que deve estar sempre representada pelos jogadores que ofereçam mais garantias em cada momento? 

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