Tudo ao molho e fé em Gyokeres
A Teoria Gyocêntrica
Pedro Azevedo
Ontem, a equipa de futebol do Sporting deslocou-se ao Parque Eólico dos Arcos, sito em Vila do Conde, para completar mais uma eliminatória da Taça de Portugal, esta afluente ao Jamor. A margem de erro era grande, mas havia ainda alguma expectativa quanto a saber como uma equipa a meio gás poderia lidar com outra ansiosa de utilizar uma energia alternativa. Porém, as dúvidas ficaram desfeitas mal o Gyokeres desatou a correr como se Vila do Conde fosse Munique e o cenário a final da Champions. O sueco ia moendo o juízo aos vilacondenses, mas estes apostaram que o resultado não seria trigo limpo farinha Amparo e começaram a bater-lhe sem piedade perante a passividade de um árbitro a precisar de um patrocínio urgente da Multiopticas. Até que houve um canto a nosso favor. Como o Debast não tem na sua natureza envolver-se em confusões na área, uma coisa estranha num central e que talvez explique a razão porque se adaptou razoavelmente bem a médio, logo avançou na direcção da bandeirola para bater a "bola parada". Com a sua reconhecida capacidade de passe, a bola foi direita a Gyokeres para este a pentear na direcção de Inácio que se limitou a desviá-la de Miszta, marcando assim o primeiro golo. Entretanto, o Pote lá ia pedindo ao corpo que transportasse a sua cabeça, mas as pernas nem sempre obedeciam aos impulsos das sinapses do seu cérebro. Ainda assim, a ligação com Gyokeres esteve sempre presente, assim como a intencionalidade de todas as acções do homem nascido em Vidago.
Se a eliminatória estava mais do que bem encaminhada, a auto-estrada para o Jamor ficou definitivamente aberta quando Gyokeres cheirou o sangue e apareceu no sítio certo para ampliar a vantagem, o seu quadragésimo oitavo golo da época. Seguiu-se um plano de poupança de energia que foi garantindo serviços mínimos. Até que se produziu um apagão e durante 15 minutos o Rio Ave mais pareceu um River Bird em destaque na Premier League. Foi assim quando Olinho bailou entre 3 jogadores nossos e enviou um míssil que ricocheteou entre barra e linha de golo por duas vezes. E assim continuou quando, ia a noite já alta, o St Juste teve um ataque de sono e o Clayton aproveitou para oferecer o golo ao seu compatriota André Luiz. Entretanto, muito contrariado, o Gyokeres lá foi descansar, o que mostrou uma vez mais o Rui Borges como aquele pai que pela insistência por fim consegue que o filho vá dormir, que amanhã há escola e ele tem de estar fresco. Sem Gyokeres, e apesar da vontade de Harder de mostrar alguma coisa, o resto do tempo foi aproveitado pela equipa do Sporting para procrastinar. É que no Domingo há Bessa e convém ter os (cam)peões preparados para avançarem no xadrez boavisteiro. A caminho do xeque-mate final, na Luz. Desde que haja Gyokeres a um nível normal, o astro que tem todo o mundo leonino a rodar à sua volta.
Tenor "Tudo ao molho...": Vik "Thor" (não foi certamente o seu melhor jogo, mas marcou 1 golo e deu uma assistência).