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A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

06
Set25

Tudo ao molho e fé em Ronaldo

Uma Vitória das Arábias


Pedro Azevedo

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Na "125 Azul", os Trovante cantavam que "Deus leva os que mais ama", indicando simultaneamente uma crença no destino e uma aceitação de que tudo o que nos acontece obedece a um plano maior, que  contém planos mais pequenos para cada um de nós, dispensando-se assim outras explicações. Jota seria, sem dúvida, um desses que Deus mais ama - percebe-se que o que sobre ele foi dito por amigos e conhecidos aquando da sua morte extravasou em muito os habituais elogios fúnebres, que tinha uma boa alma - e, em sequência, Deus levou-o para perto de Si. Em suma, nada acontece por acaso, por isso o Diogo Jota deu hoje um sinal de que espiritualmente está com o grupo, fazendo-o não por acaso através do capitão e maior figura da Selecção (e deus do futebol mundial), Cristiano Ronaldo, que marcou ao minuto 21, o número da camisola das quinas que o Diogo vestiu. Mas esse foi já o nosso segundo golo, porque antes a qualidade de tutoria de Ronaldo evidenciou-se logo através de um golo de João Félix. Ainda antes do intervalo, João Cancelo carimbou o terceiro numa parábola do que a versatilidade do futebol moderno exige: um golo de pé esquerdo de um lateral direito. 

A etapa complementar começou com um excelente golo de fora da área de Ronaldo, o número 140 da sua carreira na "Equipa de todos nós", como um dia Ricardo Ornellas a baptizou. O jogo não acabaria sem um daqueles toques de malabarista de Félix que habitualmente enchem mais os olhos que a barriga, que de falta de consistência frequentemente é acusado. Mas os ares de Riad e as boas companhias estão a transformar o seu calcanhar de Aquiles (uma debilidade) numa vantagem, e num dia de sinais profundos, o seu golo foi uma alegoria disso mesmo. Tempo ainda houve para um dos patinhos feios de Roberto Martinez, Pote, dar um ar, aliás um bico, da sua graça, mas um golpe de rins do guarda-redes da Arménia negou-lhe o golo, o que voltaria a acontecer logo de seguida, quando a inteligência de posicionamento do pequeno-grande jogador não foi devidamente acompanhada pela colocação do seu remate. 

No fim, uma vitória das Arábias, ou não tivesse a autoria da mão-cheia de golos uma assinatura saudita: Cristiano Ronaldo (2, Al Nassr), João Félix (2, Al Nassr) e João Cancelo (1, Al Hilal). Talvez para nos lembrar, entre tantos sinais e metáforas que o jogo nos trouxe e num momento de tanta crispação étnica, que por essas latitudes também há um Deus como o nosso que ama e quer a concórdia entre os Homens, ainda que se chame Alá. 

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