Um crime de lesa-futebol
Pedro Azevedo
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Pedro Azevedo
Pedro Azevedo
Errol Gulden, jogador de Futebol Australiano dos Sydney Swans, imitou o festejo de Gyokeres e admitiu ser um admirador de futebol e do sueco.
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Gyokeres tem 36 golos marcados em todas as competições esta época. Mas de que forma foram esses golos obtidos? De penálti: 7 (pé direito); de bola corrida: 18 com o pé direito, 7 com o pé esquerdo e 4 de cabeça. 35 golos de finalização na área, 1 golo de fora da área. 18 desses golos foram finalizações a 1 toque (+7 penálti), 1 a dois toques, 10 em jogadas individuais.
Destacam-se as finalizações a 1 toque, marca indelével de um Matador, bem como o elevado número de golos obtidos através de acções individuais, acções essas que também estiveram na origem de algumas assistências. Sem dúvida um ponta de lança muito completo, que conjuga a definição na área com os arranques fora da área que terminam em golo, algo que o aproxima do perfil de um Kane ou de um Mbappé (principalmente). O número de golos de pé esquerdo é muito razoável para um destro, onde fica claramente a perder para jogadores como Kane ou Haaland é no jogo de cabeça. Faltam-lhe também mais golos de fora da área e predisposição para bater livres directos, um item em que há uma lacuna geral no plantel.
Pedro Azevedo
Raffaele Storti, estrela do Béziers e da Selecção Nacional (rugby), comemora "à Gyokeres".
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O norueguês Roald Amunsdsen liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul. E muitos séculos antes, ainda no tempo dos Vikings, o seu compatriota Leif Eriksson havia sido o primeiro europeu a chegar à América do Norte (Canadá). Há um gene de aventureirismo e de exploração do desconhecido nos nórdicos, algo que aliás partilham com os intrépidos marinheiros portugueses dos nossos Descobrimentos. Por isso, a chegada de Viktor Gyokeres à pátria de Gama, Cabral ou Magalhães proporcionou o contexto perfeito para uma epopeia à antiga. Porque Gyokeres é também ele um explorador, de espaços. Se o futebol é essencialmente tempo e espaço, então Viktor distingue-se pela quantidade enorme de trabalho que consegue realizar por unidade de tempo. Chama-se a isso potência, que também pode ser definida como o produto da força multiplicada pela velocidade. Ora, essa potência é aplicada maioritariamente na exploração do espaço livre no relvado, em comprimento (aquilo que agora se designa de "profundidade", como se das 20.000 Léguas Submarinas se tratasse) mas também em largura. É com a recorrente procura desse espaço que Gyokeres leva até à exaustão os seus adversários para depois melhor os desequilibrar, nesse transe mais parecendo uma jibóia que, mais do que morder instantaneamente como outras serpentes, vai progressivamente asfixiando a sua presa, sendo esse o seu "veneno". Não é à toa que desses confrontos resultem ressaltos todos eles ganhos pelo sueco. Tal fica a dever-se à sua envergadura e superior condição física, que permitem que o seu corpo consiga suportar inúmeras acelerações e mesmo forças contrárias (choques) durante um jogo de futebol, sem nunca se descompôr. Levando isso ao extremo, o que no futebol significa até à baliza adversária, quando, sem desalinhar um fio do seu cabelo no processo, finaliza com a reconhecida frieza nórdica cada uma das suas intrépidas correrias. Sempre cool, qual James Bond que vem expiar (remir) os nossos pecados do passado. Como o super-herói que efectivamente é.
Viktor Gyokeres, a Licence to Kill!!!
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