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A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

11
Set23

Menos toxicidade, mais boas referências


Pedro Azevedo

Há muito mais além do futebol no mundo do desporto. Por exemplo, neste fim de semana pudemos testemunhar 3 grandes momentos desportivos: na Vuelta, uma das 3 competições ciclísticas por etapas mais reconhecidas mundialmente, o português Rui Costa, ex-campeão do mundo, venceu brilhantemente na chegada a Lekunberri; em Marselha, no decurso do Mundial de Rugby, tivemos um exemplo de bom-senso e autoridade arbitral (que não deve ser equiparada a autoritarismo, porque no desporto da bola oval o árbitro evita ser protagonista) no África do Sul - Escócia e de desportivismo e fair-play dos jogadores no tremendo Gales - Fiji; finalmente, no ténis, no Open dos EUA (um dos 4 torneios do Grand Slam), Djokovic impôs-se a Medvedev num confronto épico em que a qualidade de jogo e a força mental de cada um dos protagonistas esteve em evidência. Foi o 24º título em Majors para o sérvio, que aproveitou a coincidência do número para homenagear o Black Mamba, Kobe Bryant, lendário antigo jogador dos Lakers falecido em acidente de aviação. 

 

No final da etapa da Volta a Espanha, Rui Costa foi elogiado pelos rivais Kamna e Buitrago, não havendo azedume por parte do colombiano pelo facto de o português não o ter ajudado na montanha. No rugby, as comunicações do VAR foram audíveis para todos a bem da transparência, um árbitro interrompeu uma escaramuça com um discurso que logo pôs em sentido os jogadores e o fijiano Botia teve um detalhe que produziu toda a diferença ao sinalizar o árbitro no sentido de que a bola lhe caíra das mãos e assim não deveria sancionar um ensaio de que Fiji desesperadamente necesitava para ainda dar a volta ao marcador. No ténis, o respeito entre os contendores ficou bem expresso nas declarações públicas de cada um no final do jogo. Conclusão: o futebol tem muito a aprender com as melhores práticas de outros desportos. Menos toxicidade precisa-se no desporto-rei, mais espaço urge para outras modalidades que no seu alto rendimento têm atletas e procedimentos que são uma referência para o desporto e, por que não dizê-lo(?), para a vida. 

botia.jpg

07
Set23

Dia D de João Almeida


Pedro Azevedo

Não será na Normandia, onde aliás figura o muito respeitável Mont Saint-Michel, mas amanhã há Dia D para o João Almeida na Vuelta. A etapa é curta (cerca de 130 Km), mas tem uma contagem de montanha de primeira categoria e três de categoria especial, a última, o mítico Tourmalet, com o pico a coincidir com a meta. Esta última montanha beneficia as características de Almeida, menos explosivo e mais consistente em esforços longos a alta altitude (vai-se subir a mais de 2000 metros), especialmente quando não há pendentes com declives muito acentuados (acima dos 10% de inclinação) como é o caso. Outro corredor que poderá fazer bem é o dinamarquês Vingegaard, vencedor do último Tour e muito habituado ao relevo que terá pela frente amanhã. Quanto às surpresas pela negativa, arrisco dizer que Evenepoel poderá ser uma delas, ele que não terá equipa para o ajudar a responder aos inúmeros ataques que se prevêm de ciclistas com interesse na classificação geral, em particular de Ayuso, Mas e Vingegaard que deverão ser os "first movers". Também não estou certo em relação à prestação de Primoz Roglic, talvez o maior candidato à vitória final, relembrando os Leitores que numa etapa com perfil semelhante no último Giro (ganha curiosamente por João Almeida) teve um ligeiro desfalecimento que só não o afastou definitivamente da luta devido à pronta intervenção do seu fiel escudeiro Sepp Kuss. Este, agora líder da prova, terá aspirações para lá das de aguadeiro, pelo que a chave do dia de amanhã poderá estar na prestação de Wilco Kelderman. E a pergunta que fica é esta: se este não estiver com os favoritos na fase final, quem trabalhará em prol da manutenção da camisola vermelha na Jumbo? É que por vezes a abundância gera crises... 

 

Grande expectativa então para amanhã. Embora arriscando bastante - o que é a vida sem risco? - , vou deixar aqui de novo o meu palpite: vejo o João Almeida em condições normais a chegar em segundo entre os favoritos, subindo assim mais uns degraus na geral da Vuelta 2023. Amanhã se verá (ou não)...

joao almeida giro.jpg

24
Jul23

Golfinho de prata


Pedro Azevedo

O nadador português Diogo Ribeiro, de apenas 18 anos, que entrou na final (o mais novo em competição) com apenas o 7º tempo entre os presentes, acaba de sagrar-se vice-campeão mundial nos 50m mariposa, o maior feito da natação nacional de sempre, superando o 5º lugar de Yokochi em 86 (Madrid, 200m bruços). Recém-medalhado de prata, o "golfinho luso" obteve também um novo recorde nacional absoluto, terminando a prova com 22,80s, uma progressão de 16 centésimos face ao seu recorde mundial junior alcançado o ano passado em Lima (Peru). Um dia histórico para o desporto nacional, nestes campeonatos que se estão a disputar em Fukuoka, no Japão, e que pouca ou nenhuma cobertura mediática vêm merecendo dos OCS portugueses. 

diogo ribeiro1.jpg

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