Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

06
Out24

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

O niilismo casapiano


Pedro Azevedo

IMG_3483.webp

Friedrich Nietzsche escreveu um dia: "Desde que me cansei de procurar, aprendi a encontrar. E depois de um vento me ter oposto resistência, passei a velejar com todos os ventos." Não sei se Amorim leu Nietzsche, mas esta equipa do Casa Pia foi o teste que mostrou que vale mais uma carta de marinheiro que mil cursos do IV nível do senhor José Pereira.

Apesar de uma ousada e enganadora inicial (primeiro minuto) migração para sul, cedo os gansos se dispuseram num conservador "V"  (6-3-1). Ora, a ideia da formação em "V" destina-se conceptualmente a oferecer resistência ao vento, e vendaval era o que os casapianos, durante o vôo, poderiam esperar de Gyokeres e seus pares. Só que os gansos ainda andarão a mudar de pena e assim não podem voar, logo ficaram em terra, estacionados em metade do seu meio campo, cobrindo assim apenas um quarto do terreno. Como consequência, o Sporting teve no primeiro tempo uma posse de 87%, um número que seria de esperar somente num jogo que opusesse um candidato ao título máximo do futebol português a um clube dos distritais. 

Durante o primeiro tempo, o Sporting cansou-se de procurar o espaço. Mas a maior parte dos espaços estava ocupada por casapianos, sempre em contra-vapor. E a parte menor, a que não estava ocupada por casapianos, era pertença de Harder. Pelo que só um movimento de Trincão que aliou velocidade de execução a precisão de relojoeiro permitiu desbloquear o marcador. 

No segundo tempo, o Casa Pia continuou cá atrás, como quem espera pelo quase encerramento do casino para tentar uma cava de roleta. Só que o Amorim foi esperto. E substituiu Harder por Morita, trocando ter alguém a ocupar um espaço por outro que surgisse de trás a descobrir esse espaço, agora vazio. No fundo, cansando-se de procurar e aprendendo a encontrar. Com paciência, os espaços foram aparecendo em maior quantidade. E duma dessas nesgas de espaço para um homem comum o Gyokeres fez um latifúndio, ganhando um penalty que com alguma sorte foi convertido, cortando assim praticamente as asas a uns gansos que doravante procuraram voar mas só o fizeram baixinho. Baixinho como o nível futebolístico deste primodivisionário, ontem exibido em Alvalade, em que a falta de crença e de convicções dos casapianos os aproximou de um futebol destrutivo ao jeito da mesma doutrina filosófica que invadiu a literatura, arte, ética ou ciências sociais e teve como grande protagonista... Nietzsche. Porque é de niilismo que falamos, movimento que ao longo dos anos divide os especialistas em o classificar como positivo ou negativo. Eu vejo-lhe coisas positivas (início do texto) e outras profundamente negativas (postura do Casa Pia). Aplicando ao futebol, não pode treinar quem não acredita na finalidade do jogo, no porquê da sua existência, ou seja, o golo. 

 

Seguimos líderes!!!

 

Tenor "Tudo ao molho...": Trincão 

02
Out24

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

Lampadinha na casa da Philips


Pedro Azevedo

IMG_3477.jpeg

Para avaliar como deve ser o desempenho dos jogadores do Sporting em Eindhoven não basta a abordagem tipicamente jornalística, é necessário recorrer à patinagem artística e suas notas técnica e artística. Então, debrucemo-nos sob esse prisma: em termos de nota técnica, o desempenho foi medonho, com um número imenso de quedas na rotação (Axel e Axel Duplo), uma delas inclusive com um jogador isolado (Quaresma) perante o guarda-redes. Já no que respeita à nota artística, houve quem sobressaísse da mediania e quem tenha ficado aquém. Pela positiva, o Quenda escavou 3 túneis, aproveitando estar nos Países Baixos, país onde o solo não tem relevo, e o Bragança teve um movimento magnífico no lance do golo que daria o empate. Pela negativa, o Debast rodou para o lado errado e depois fez um passe suicida e o Geny nada fez de significativo. Já o caso do Quaresma é particular, na medida em que alternou grandes momentos artísticos com um outro em que praticamente ofereceu um golo ao PSV, o que acabou por lhe prejudicar a nota final. 

O ritmo - aquilo que em futebolês se designa como "intensidade" (ainda que não se meça quantitativamente em Amperes) - a que se joga na Europa contrasta muito com o do nosso futebol doméstico, e o Sporting sentiu-o na pele durante a maior parte do tempo: não só os nossos jogadores chegavam sempre tarde aos lances como a maioria dos ressaltos iam sempre encontrar um neerlandês no caminho. Pelo que só depois da entrada de Bragança a equipa conseguiu ter a bola e estabilizar o seu jogo-padrão. Foi, sem dúvida, o nosso melhor período, mais tarde exacerbado pela entrada do pujante Harder por troca com um errante Trincão. Porque até esse momento, só Quenda destoara de uma mediania a roçar a mediocridade. 

O empate foi o melhor resultado possível face à exibição. Se, perante as expectativas criadas na antecâmara do jogo, podemos dizer que desperdiçámos 2 pontos que nos farão muita falta nas contas finais desta fase, a forma como o jogo decorreu mostra-nos que o pecúlio obtido (1 ponto) largamente superou o nosso desempenho. Foi, por isso, um "bom" resultado. 


No Estádio da Philips, faltou Geny(o) que iluminasse a(s) lâmpada(s). Ainda assim, Amorim, a quem tanto devemos, ontem investido em Professor Pardal com a escolha do ala Geny para interior esquerdo, soube recorrer ao Lampadinha (o pequeno Bragança) e com isso salvaguardar um empate. 

Quatro pontos em duas jornadas devem ter diluído a zero as ínfimas probabilidades de nos apurarmos directamente para os oitavos de final. Mas constituem um razoável número para as contas do play-off, a que se deverão somar vitórias em Graz, Brugge e em casa com o Bolonha, num total provisional de 13 pontos que não nos darão o estatuto de cabeças de série. Depois, sobrarão 3 jogos (com o City, Arsenal e Leipzig) onde qualquer ponto obtido será de ouro tendo em vista a possibilidade de nos situarmos entre o nono e o décimo sexto colocado e assim podermos almejar um melhor sorteio. 

Tenor "Tudo ao molho...": Daniel Bragança

 

23
Set24

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

It's getting Harder


Pedro Azevedo

Havia várias hipóteses para o título desta crónica. Por exemplo, "O amor é fogo que Harder sem se ver", além do trocadilho armado ao chico-esperto, dar-lhe-ia o elo emocional da paixão que caracteriza a ligação dos adeptos ao clube. Porém, Camões e os seus contemporâneos desconheciam que o metanol também arde sem se ver, o que poderia ser redundante. Além de que em tempo de calamidade provocada pelos incêndios, de homenagem aos bombeiros e de solidariedade com todos os que perderam a vida ou bens materiais (neste último caso, como a D. Maria Elvira, ontem pela primeira vez no José Alvalade), qualquer referência associada a fogo, ainda que puramente metafórica, poderia ser visto como de mau gosto. Depois, pensei em "We try Harder", um toque internacional num clube com nome próprio inglês e apelido Portugal. Mas é um slogan bem conseguido da Avis e eu não quis confundir entradas de carrinho com alugueres de automóveis. Foi então que me surgiu o "It's getting Harder" (para os futuros adversários, claro, já consumidos pelo "pesadelo" Gyokeres e na iminência de levarem com um clone). Sem prejuízo de que a Pfizer possa ter encontrado aqui um reclame e um rosto para aquele produto que dilata o fluxo sanguíneo de um certo órgão que não o da igreja, embora já se tenha ouvido o órgão e o sino a rebate de igreja por causas relacionadas com mortes em que o falecido utilizador se apresenta de coração cheio e um sorriso na boca. 


Ontem, o Sporting jogou contra um clube que ninguém sabe exactamente como se chama e poucos têm a noção de onde mora. É verdade, nas televisões oscilam entre chamar AVS ou AFS a este clube com nome de empresa feita no hora (nomes como "Universo Lúdico", "Vibrante e Radiante" ou "Transverso Litoral" não deveriam estar disponíveis). "It's sad!" - diria algum inglês com disposição para a ironia... Mas há mais!!! É que esta SAD liderava um clube de Vila Franca e agora migrou para Aves, a 320 Km de distância. Será que os seus adeptos vilafranquenses são basculantes e gastam 6 horas (ida e volta), duas vezes por mês, para acompanhar a equipa? Ou pensam que isto assim é uma tourada, e para tourada toda a gente sabe que não vale a pena sair de Vila Franca? 

Sem Pote e sem Edwards que o substituísse, Ruben Amorim optou por "lançar Conrad Harder às feras". Quer dizer, fera é o Harder e por ser leão mais ainda, mas isso ainda estava no segredo dos deuses (do Scouting). Não tardou porém a não ser segredo para ninguém, nomeadamente para os jogadores daquela coisa (com nome) em forma de assim (ou assado) - obrigado, O'Neill -, que doravante não pararam de suar as estopinhas. Pelo que não tardou a sentir-se a influência do dinamarquês: primeiro, num remate de pé esquerdo que inaugurou o marcador; segundo, numa assistência para Gyokeres que dilataria o resultado, após um inicial desarme de Hjulmand (uma verdadeira invasão Viking à área do... "coiso"). 

Se o Harder deu o mote, logo o Gyokeres não quis ficar atrás. Marcou o segundo golo da noite e desatou a correr como se não houvesse amanhã e eternos fossem o seu coração e alvéolos pulmonares. Ora, quando o sueco está nesse modo, o que acontece dia sim, dia sim, o melhor é saírem da frente. A sorte do... "coiso" foi que o árbitro também pareceu ser feito na hora, primeiro não assinalando um penalty por braço na bola na sequência de um cabeceamento de Harder, depois negando duas faltas perigosas cometidas sobre o nosso Vik Thor. Ainda assim, pelo meio, o Gyokeres teve tempo para amortecer a bola no peito para o Trincão e depois fazer um sprint para agradecer a recepção e disparar um tiro indefensável até para o mítico Ochoa que defendia a baliza da "instituição", algo que motivou um comentário bem-humorado ao excelente comentador que é o Pedro Henriques, que afirmou que "qualquer dia o Gyokeres marca um canto e finaliza ao primeiro poste". Porque o homem é omnipresente, um deus dos estádios. Tanto que pode não valer o preço de 100 milhões para o mercado, mas, para nós, o seu valor intrínseco é certamente muito maior. Quanto valem 3-4 temporadas na Champions e uma possível qualificação para o Campeonato do Mundo de clubes? E quanto ajuda o Gyokeres a valorizar o restante plantel? Ah, pois é !!! E já nem falo da valorização da marca Sporting como um todo...

 

Tempo ainda houve para Fresneda e Esgaio jogarem uns minutos e para Maxi mostrar ser um bom jogador. No fundo, houve tempo para tudo, menos para o... "coiso" chutar à baliza, cortesia da pressão dos jogadores do Sporting que tanto gosto deu certamente a Amorim (e a este adepto) ver. 

Mais uma vitória, liderança reiterada do campeonato, venha o próximo. Que será o Estoril... É para ganhar, com certeza, que não queremos "canarinhos na mina de carvão" que a imprensa logo trataria de criar para dizer que a este leão lhe faltou o oxigénio. 

Tenor "Tudo ao molho...": Gyokeres (Harder seria uma excelente alternativa). 

harder.jpg

18
Set24

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

Euclides, Higgs, Thor e o Cisne juntos numa rapsódia verde


Pedro Azevedo

O professor Manuel Sérgio, primeiro, e José Mourinho, mais tarde, defenderam em tempos a ideia de que quem só percebe de futebol, nada sabe de futebol. Pensei ontem nisso enquanto observava as movimentações do trio de ataque do Sporting: a  riqueza do futebol do Sporting deve muito à diversidade da sua linha avançada, que harmoniosamente mistura rectas e curvas, balanceando os ângulos rectos inscritos a alta velocidade por Gyokeres com as hipérboles e parábolas descritas por Pote e as espirais verticais desenhadas por Trincão. Não é só futebol, é também geometria euclidiana pensada e potenciada pelo professor Amorim na Academia de Alcochete e depois aplicada ao futebol. Porque o Rúben não percebe só de futebol, e por isso, ainda que aqui e ali errando como qualquer um de nós mas aprendendo com os erros mais depressa do que a maioria, sabe tanto de futebol. 

Para se entender como chegámos a este "estado de arte" é preciso primeiro perceber que temos um génio entre nós. Porque, se agora há um Gyokeres, que nos facilita bastante o cumprimento de multiplas tarefas, é forçoso não esquecer que tudo começou com Sporar. E, ainda assim, fomos igualmente campeões, conseguindo desse modo gerar os primeiros recursos financeiros que estiveram na origem de um crescimento futebolístico que nos trouxe aqui. Tê-lo feito com Sporar como ponta de lança, um homem tão avesso ao golo que simultaneamente capaz de desafiar o princípio da impenetrabilidade da matéria e de suscitar uma crise de ansiedade num monge tibetano, foi um perfeito milagre. Como milagre é o ser humano, quase 100% de vazio que submetido a um campo magnético liberta uma partícula dita de Deus (Bosão de Higgs) que faz com que o seu corpo se adere como uma tela esponjosa e ganhe uma massa. O nosso corpo sim, o de Sporar ("O Gozão de Higgs") não, daí a bola sempre ter insistido em lhe perpassar o corpo como se do vazio se tratasse e ele fosse somente um holograma. Pelo que para se entender o salto quântico que o nosso futebol deu, basta comparar esse Sporar com o actual Gyokeres... (Agora que tanto se fala virtuosamente sobre os nossos trios, de centrais, avançados ou mesmo Vikings, convém não esquecer que imediatamente antes de Amorim os trios eram tão mal vistos que um deles até passou à história como "Os Três Tristes Trincos".)

 

Ontem recebemos o Lille, o clube mais emblemático da cidade com o mesmo nome que era a capital da antiga região administrativa de Nord-Pas-de-Calais, a mesma que ostentava um leão rampante como símbolo. Havia portanto algum irmandade, ainda que remota, entre Sporting e Lille, e não apenas no que concernava ao idêntico sistema táctico usado por ambas as equipas. 

O Sporting entrou no jogo como um caloiro no primeiro dia de aulas, reservado e assim procurando não dar muito nas vistas. Mas é impossível disfarçar um "elefante numa loja de porcelana", pelo que cedo Gyokeres deu sinais de não estar cómodo com o status-quo. Daí até ao intervalo, Vik Thor Gyokeres não parou de fazer estragos: primeiro assistindo Pote na cara do golo, depois com um passe de chicuelina que tirou 3 adversários do caminho e culminou com um tiro indefensável que inaugurou o marcador, finalmente provocando a expulsão de Angel Gomes, filho do Gil que foi campeão do mundo de juniores por Portugal, em Lisboa. 

Em vantagem no marcador e a jogar em superioridade numérica, o Sporting foi trocando a desconfiança pela crença, paulatinamente regressando ao tipo de jogo que vem caracterizando o início desta época. A pressão a meio campo finalmente tornou-se efectiva e houve então espaço para as arrancadas fenomenais de Gyokeres. Numa delas, a bola sobrou para Bragança, que ao intervalo substituíra o amarelado Morita (um amarelo num amarelado nipónico só por si já seria redundante, pelo que o Amorim assustou-se e evitou vermelho ficar... de raiva). O Daniel então tocou para o lado e o que aconteceu a seguir mereceria uma crónica à parte: Debast, patinho feio na Supertaça, foi o cisne que cantou o fim dos franceses, para tal recorrendo a uma raquetada na bola, qual Passing-Shot, que deixou Chevalier pregado no chão enquanto a bola se anichava no ângulo superior esquerdo da sua baliza. 

Até ao fim do jogo, Quenda e Gyokeres poderiam ter ampliado o marcador, ambas as tentativas goradas por "péquenos" pormenores: o pé trocado do jovem da nossa Formação e o pé milagroso de um francês que milimetricamente desviou o remate do sueco do alvo. Tempo ainda para Israel brilhar, cortesia do seu compatriota Maxi que ainda não teve tempo para ler o guião completo que dita as linhas com que se cose o fio de jogo do leão. 

Sem ser brilhante, o Sporting entrou com o pé direito nesta edição da Champions. Seguem-se 2 jogos fora que é imperioso ganhar, no Phillips Stadium (Eindhoven) e em Graz. Depois, a confirmarem-se essas vitórias, todos seremos José Torres a reclamar que nos deixam sonhar. Sim, sonhar, a forma natural de contornar a velha máxima de Ortega y Gasset, de que "O Homem é o Homem e as suas circunstâncias". 

Tenor "Tudo ao molho...": Vik THOR Gyokeres

debast.jpeg

15
Set24

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

O Limão-Mecânico


Pedro Azevedo

IMG_3446.jpeg

Após o interregno necessário para o senhor Martinez (e todos os outros "senhores Martinez" das diversas selecções, ainda que na sua grande maioria muito menos bem renunerados) amortizar em trabalho de campo, e, no caso particular, na recuperação de salvados, uma pequena parte da bagatela dos 4 milhões de euros brutos anuais que a imprensa dá conta de ser o seu salário, regressou a Primeira Liga. O Sporting, líder do campeonato, visitava Arouca, pelo que o tema da semana andou à volta de como se poderia parar Gyokeres e, por conseguinte, o Sporting. O assunto logo à partida não mereceria o ruído que se fez à sua volta, pelo simples facto de que a única forma de evitar que Gyokeres faça estragos ser assegurar que ele fique em casa (e, ainda assim, acorrentado, pelo sim, pelo não...). Além de que levantava um problema: se todos os recursos tivessem de ser alocados ao sueco, que estragos poderiam fazer Pote ou Trincão? No fundo, a velha história da manta curta que ao cobrir os pés destapa a cabeça.  E foi exactamente da cabeça de Pote que nasceu o primeiro golo dos leões, em lance principiado por Gyokeres e continuado por Trincão. Confúcio um dia disse-nos que se um problema tem solução, então devemos concentrarmo-nos na solução, mas, se o problema não tiver solução, nesse caso não haverá razão para nos preocuparmos. Como o problema não tinha solução, os arouquenses iam trocando a bola desde trás, à espera que depois um milagre colocasse a bola num local promissor para um dos seus avançados facturar, mas Cristo foi ser profeta para outra freguesia (Arábia Saudita) e sem ele não houve o milagre da multiplicação dos lances ofensivos arouquenses. Nesse transe, o Sporting foi pressionando cada vez mais o Arouca, asfixiando o seu adversário: um auto-golo a nosso favor foi anulado pelo VAR por uma margem que seria desprezível para o John Holmes. Mas o que o VAR tirou com uma mão deu com a outra, mais uma vez na sequência de uma cabeçada de Pote que embateu num dos membros superiores do japonês Fukui. Chamado a converter, o Vik Thor Gyokeres mandou o guarda-redes para o vazio e a bola na direcção dos 3 pontos. Para o trabalho dos 3 Mosqueteiros ficar completo, só faltava Trincão molhar o bico: eis então que Gyokeres serviu um apoio frontal a Bragança e este logo meteu a bola em Trincão. O que aconteceu a seguir foi um momento de pura magia, em que dois arouquenses procuraram fechar o espaço e o ex-culé não lhes deu tempo, concluindo de forma indefensável. 

A mecanização do futebol do Sporting tem sido insustentável para os nossos adversários. Qual Limão-Mecânico, as rotinas de jogo do leão são altamente aromatizadas e vêm--se revelando amargas para os nossos sucessivos opositores, que têm sentido que a nova pele do leão tem casca dura e é bem difícil de roer. Segue-se o Lille, e com ele a possibilidade de internacionalizar este limão português que em boa hora Amorim desenvolveu num limoeiro mágico sito em Alcochete, local onde não se anda (ainda) propriamente a ver passar os aviões. 

Tenor "Tudo ao molho...": Francisco Trincão 

08
Set24

Tudo ao molho e fé em Ronaldo

Ronaldodependência


Pedro Azevedo

IMG_3441.jpeg

O jogo de hoje permitiu retirar duas conclusões: a primeira, a de que a Selecção é dependente de Cristiano Ronaldo; a segunda, a de que a Selecção é independente de Roberto Martinez. Ronaldo, nos 45 minutos em que esteve em campo, marcou 1 golo, atirou duas bolas aos postes, assistiu magistralmente (de calcanhar) João Félix para um desperdício na cara do guarda-redes e ainda recuperou belíssimamente duas bolas. Martinez é um exímio encantador de serpentes, essa qualidade ninguém lhe retira, mas de resto a sua utilidade resume-se a pouco mais do que ser um placebo que faz crer a jogadores e adeptos que existe um treinador a zelar por eles no banco. Senão vejamos: enquanto Seleccionador anuncia com pompa e circunstância um novo ciclo e a renovação. Mas depois, na prática, não passa daquele nobre do "Leopardo" que entredentes afirma que é preciso mudar alguma coisa para tudo ficar exactamente na mesma. Já como treinador de campo, as suas substituições oscilam entre desorganizar completamente a equipa e a redundância de substituir jogadores por outros de perfil idêntico (retirar Palhinha para meter Ruben Neves pouco sentido fez e obrigou a queimar mais uma substituição para a entrada, essa sim com sentido, de João Neves). Além de que começa a ser insustentável a presença constante de Bernardo Silva no onze titular, jogador que na Selecção apresenta um rendimento inferior ao verificado no Man City. Enquanto isso, Pote, o jogador português depois de Ronaldo com melhores números no cômputo de golos e assistências nas últimas 4 temporadas, não teve direito a mais do que escassos minutos de tempo de compensação no primeiro jogo desta jornada dupla, para não faiar de Trincão e de Quenda que serviram na perfeição a uma narrativa vazia e oca de substância. Em compensação, António Silva e João Félix continuam o seu processo de reabilitação, com a Selecção como programa de Novas Oportunidades. 

O jogo não foi bom nem mau, antes pelo contrário (se no primeiro jogo se homenageou com toda a justiça o Pepe, por que não aproveitar esta crónica do segundo para homenagear o  decano do comentário futebolístico nacional, o igualmente eterno Gabriel Alves?). A Escócia joga pouco, já se sabia. O que se desconhecia é que Portugak fosse capaz de jogar tão mal. Não é que Portugal tenha o naipe de jogadores de elevadíssima craveira que muita gente reivindica - temos bons valores, sim, mas por exemplo a um atleta com as qualidades físicas e técnicas de Leão falta-lhe o cérebro de Pote para ser um fenómeno e a inteligência e visão de jogo de Bernardo seriam ainda melhor potenciadas se o jogador tivesse  explosão - , mas uma equipa que pode contar com a segurança defensiva de Ruben Dias, a potência de Nuno Mendes, a facilidade de remate de Bruno Fernandes e a excelência de Ronaldo tem de ganhar com facilidade a uns escoceses que de destaque que os afaste da mediania pouco mais têm que o lateral Robertson. Simplesmente, o nosso grande problema é que o treinador não acrescenta, diminui, é incapaz de um golpe de asa, está amarrado ortodoxamente a um determinado grupo de jogadores e é "toxicodependente" de uma ideia de jogo que é pouco mais do que uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, a que pomposamente chama de "flexibilidade táctica ". Ainda assim ganhámos os dois jogos, porque a qualidade média dos nossos jogadores é muito superior à dos nossos adversários e isso faz vencer desafios, esteja no banco Roberto Martinez, este vosso humilde escriba ou um homem ou mulher vendados a disparar dardos sobre um alvo onde figure o lote dos jogadores selecionáveis. 

Terminada a pausa no futebol a sério para esta brincadeira das Nações com que a UEFA vai robustecendo os cofres, regressa o campeonato português e os jogos do nosso Sporting. O próximo é em Arouca. Em rodagem, o nosso Gyokeres marcou por 3 vezes pela Suécia. Está uma fera, e a boa notícia é que o mercado fechou e só reabre em Janeiro. Depois, com o novo ano, regressarão as dores de cabeça e lá se esgotará o stock de Ben-U-Ron. Até lá, só teremos de temer a intensidade dos defesas sobre o Gyokeres, seja por via de golpes de Gyo-Jitsu ou Vikboxing, o que já não será propriamente pouco. 

Tenor "Tudo ao molho...": Cristiano Ronaldo 

06
Set24

Tudo ao molho e fé em Ronaldo

E pur si muove !!!


Pedro Azevedo

Para uma santa inquisição bem instalada no tribunal da opinião pública, o Ronaldo é acusado de ser altamente prejudicial à Selecção. Trata-se (?) de uma teoria da conspiração como tantas outras, que tambem há quem acredite que os americanos estiveram na origem do 11 de Setembro ou que Elvis e Morrison estão vivos e a gozarem com isto tudo. São na sua maioria viúvas saudosistas de um tempo em que a Selecção estava no centro de tudo e não dependia de ninguém. Parece bom, conceptualmente. Mas na pratica foi uma era em que o Onze nacional assemelhava-se a um misto de Benfica e Porto e, como tal, estava dependente destes 2 clubes. Ora, há dependências boas e más. Por exemplo, uma pessoa depender afectivamente da sua família e núcleo duro de amigos, com quem criou laços de muitos anos, não é uma coisa má, mas a adição a drogas duras já não deve ser vista como uma coisa boa, especialmente se daí resultarem alucinações que deturpem a percepção da realidade como ela é. O que esses adeptos do Geocentrismo querem ignorar é que nesses saudosos tempos em que a Selecção não foi dependente de Ronaldo, nada ganhou. E por isso contestam a teoria heliocêntrica do universo futebolístico português, onde Cristiano Ronaldo é o sol e a Selecção continua a rodar (ainda e bem) em função dele.

[Percebemos que nos encontramos num país estranho quando o nosso cidadão mais estimado no mundo inteiro é contestado internamente num tribunal de inquisição da opinião pública e acusado de ser prejudicial à Selecção, ao ponto de os poucos galileus resistentes nos media terem de afirmar entredentes: "E pur si muove" (e contudo a Selecção move-se). E ganha !!!]

Porém, não devem as viúvas desanimar: como nada é eterno, um dia o sol ir-se-á embora. Depois ver-se-ão os resultados (colheitas). Aqui fica uma pista: pós-Pelé, o Brasil esteve 24 anos sem ganhar o Campeonato do Mundo; e, após Maradona, a Argentina necessitou de 36 anos para voltar a vencer a World Cup. Dá que pensar!!! Nada que demova as viúvas, que nos veem campeões do mundo assim que o Ronaldo se vá embora. Eu cá tenho um dedo adivinhador que me diz que elas sonham que ocorrerá num Domingo. De Ramos... 

 

Enquanto o Ronaldo vai dando nove centos de razões e três pontos de adição a quem confia nele, o tão propalado novo ciclo da Selecção iniciou-se com pompa e circunstância. Convidados: os do costume. Alguém mais conservador (ou cínico) dirá que há que dar o desconto, que o novo ciclo ainda agora se iniciou. E de facto o senhor Martinez merece 4 minutos de desconto, o equivalente ao tempo que concedeu a Pote para mostrar que a renovação está em marcha. Afinal, como aprendemos no "Leopardo", de Visconti, há que mudar alguma coisa a fim de que tudo fique exactamente na mesma. Oh Yeah !!! Tal como um maestro, cuja missão é coordenar as actividades de grupo e dar-lhes coesão e coerência, um Seleccionador deve ser muito mais do que um senhor de fato (casaca) que se apresenta em frente a uma equipa de futebol (orquestra). Ora, o problema de Martinez é a falta de coerência, o que a jusante se reflecte também na falta de coesão de toda a equipa, de todo o projecto. Só assim se compreendem as suas convocatórias, só assim se entendem as escolhas do onze inicial e as alterações que opera a partir do banco. Em relação a estas, Martinez parece a versão moderna de Dorian Gray: arranca determinado a encontrar o prazer na vida, mas depois vê reflectida a sua imagem num retrato que lhe parece envelhecer mal, vacila e começa a sabotar tudo aquilo por que inicialmente lutou convicto. Só assim se entende a marcha-atrás no segundo tempo que entregou o jogo a uns croatas até aí pouco mais do que inoperantes. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Ronaldo

cr900.jpg

01
Set24

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

São Gyokeres contra o Dragão


Pedro Azevedo

IMG_3401.jpeg

A percepção muitas vezes não corresponde à realidade. Umas vezes porque está errada, outras porque a própria realidade está prestes a mudar (e a percepção só reage após o facto consumado): na antecâmara do jogo, o Sporting ia defrontar um treinador invicto de um clube da cidade invicta, uma espécie assim de invicto ao quadrado, que de sinergias se espera um efeito multiplicativo e não só a soma das partes - Essa era a realidade. Depois, entrava a percepção: a de que o Porto seria imbatível, que "Não há duas sem três" e os últimos 2 jogos haviam pendido por sortilégio para eles, o último de forma particularmente insólita e, pensava-se, traumatizante. Tal alimentava a lenda, o mito do dragão. Só que a essa percepção faltou um elemento: São Gyokeres. Igualmente lenda, no caso da mitologia leonina, este Gyokeres não veio da Capadócia e logo demonstrou não ser súbdito romano pela forma como desmontou um adversário com nome de imperador (Otávio). Mas foi ele que primeiro apontou a lança ao pescoço do dragão e depois matou as suas aspirações, criando assim uma nova realidade. 

 

O Porto começou forte, confiante no seu tiki-taka a meio campo, seguro da sua superioridade numérica nessa zona nevrálgica do campo. Mas depois o Sporting foi apertando as marcações, reduzindo os espaços, enlaçando o Porto num torniquete que só estrategicamente em alguns momentos se aliviava. Morita comandou essa revolta leonina, bem secundado pelo estratega militar de Ruben Amorim, o Pedro Gonçalves, o popular Pote, um mártir ou Santo Contestável (às mãos de Roberto Martinez), um rapaz proveniente da República do Alto Tâmega e recém-naturalizado (desde Sexta-feira) português. Com o decorrer do tempo, contida a aventureira epopeia portista, os dois, com o imprescindível apoio de Gyokeres, foram também encontrando os espaços no ataque e criando oportunidades para os colegas. Trincão, o jogador que para ser compreendido não dispensa a consulta do almanaque Borda d'Água, desperdiçou a sementeira e nada colheu. E fomos para o intervalo empatados, num jogo de futebol que bastas vezes imitou outros desportos: houve jogadas em cabines telefónicas que replicaram o futsal e a placagem de Varela sobre Trincão teve resquícios de rugby, vela (Trincão ia à bolina quando levou com a retranca portista) e bowling (no fim, três pinos no chão). 

O Gyokeres ameaçou no início do segundo tempo: o argentino Varela negou-lhe o golo em cima da cal que divide o sucesso do inêxito. O sueco voltaria à carga num lance em tudo idêntico ao duelo com Otamendi da época transacta: Otávio não se conteve, quis igualmente adivinhar a charada antes do tempo, falhou e ficou de fora. A emenda subsequente foi pior que o soneto: penalty, cartão amarelo e 1-0 para o Sporting. [O Gyokeres parece que voa baixinho sempre que perto de si há um(a) OTA.]

 

A partir daí o Porto só poderia voltar ao jogo através de uma bola perdida na área ou cabeceamento mortal. Consciente disso, o Vitor Bruno ainda lançou o Fran Navarro e o gigante Samu, mas a defesa de anti-aérea dos leões mostrou-se impenetrável à medida que o jogo caminhava para o fim. Com o tempo a escoar-se, espaços nas costas portistas apareceram com mais frequência. Bola então para o Geny bolinar a partir da direita e rematar com a canhota: o Diogo Costa lançou-se, esticou-se, cresceu em envergadura mas não o suficiente para parar o que não tinha defesa. O Estádio quase veio abaixo, a vitória seria nossa e já nada a poderia impedir. Agora será tempo de seleções. Entretanto, a liderança (do campeonato) assenta-nos muito bem, real e percepcionadamente. 

Tenor "Tudo ao molho...": Gyokeres (o "Vitór")

25
Ago24

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

Entre o neo-realismo de Gyokeres e o existencialismo de Edwards


Pedro Azevedo

IMG_3399.jpeg

Por motivos logísticos, essencialmente relacionados com a capacidade de armazenamento de golos, o Farense trocou o acanhado São Luís, em Faro, pelo mais amplo Estádio do Algarve, em Loulé. E o que se pode dizer é que as previsões farenses bateram certo porque Gyokeres e companhia só por uma ocasião (auto-golo) deixaram os seus créditos por mãos alheias (no caso, uma cabeça). 

Cedo a vertigem de passe e repasse Sportinguista, em progressão constante, deixou os algarvios almareados. E foi com esse enjoo que viram Gyokeres, uma e outra e ainda outra vez, abanar as redes de Ricardo Velho, que por acaso até é jovem, qual espécie de Plínio dois-em-um, ou não tivesse ele revelado a sabedoria para ser eleito o melhor guarda-redes da Primeira Liga da temporada 2023/24 ou sido suficientemente crítico da extravagância a ponto de evitar que os números finais tivessem de ser representados em potência de base igual a 2 e expoente igual a 3. 


Como em qualquer bolo bem confecionado, faltava a cereja no topo. Eis então que surgiu Edwards, O Existencialista. E lá pegou na bola a meio campo, naquele seu estilo sisudo, de quem se questiona sobre de onde veio e para onde vai, o que faz aqui, e nesse jeito vai procurando respostas pelo caminho. No fundo, alguém que no seu existencialismo se opõe a um Camus, que escolheu a solidão de dois paus e de uma barra para melhor chegar a conclusões (foi guarda-redes de uma equipa argelina). Bom, a verdade é que o Edwards deve ter encontrado respostas e com isso formulado uma tese. E como, para seu conforto, do lado dos algarvios não apareceu nenhum discípulo de Hegel capaz de apresentar uma antítese, foi andando e tirando adversários do caminho até marcar o golo. Uma jogada Maradoniana na sua forma, à qual não faltou conceptualmente a mão de Deus que despertou Edwards da sua letargia e lhe iluminou o caminho. 

3 jogos, 3 vitórias, 14 golos marcados e finalmente uma "clean sheet ", haveria melhor maneira de com confiança preparar o Clássico que aí vem? 

Tenor "Tudo ao molho...": Gyokeres. Menções honrosas para Morita, o maestro, e Quaresma, um outrora obscuro subsecretário de estado que se propõe para Ministro da Defesa. 

18
Ago24

Tudo ao molho e fé em Gyokeres

Futebol ao Sol e à Sombra


Pedro Azevedo

IMG_3383.jpeg"Futebol ao Sol e à Sombra" é o título de um extraordinário livro do insigne Eduardo Galeano, mas poderia ser também paradigmático de um outro tempo, dos jogos (ao Domingo) à tarde, com os relvados polvilhados de sol e da sombra projectada pela cobertura das bancadas cheias de gente. Foi isso que aconteceu ontem na Choupana, literal mas também metaforicamente: no primeiro tempo, o Sporting não "foi pela sombra" tanto quanto se recomendaria, isto é, não se protegeu, não se cuidou.  É certo que marcou cedo, numa bela iniciativa individual de Pote, mas depois trocou as chuteiras pelas chanatas, sacou do farnel, enterrou (mal) umas cascas de banana, deitou-se na toalha e dormiu uma soneca. Acordou tarde e a más horas, não se sabe se consequência do próprio ressono ou do barulho das gaivotas que entretanto se abeiraram por lhes cheirar a presa, e exposto a uma insolação. Nesse transe, um nacionalista superou o irmão gémeo do Diomande que regressou da CAN e repôs o empate. Para a coisa não se complicar demasiado, valeu o Trincão desafiar milhares de anos de sabedoria popular expressos no almanaque Borda d'Água e antecipar a colheita só prevista para os meses de Janeiro e diante. O golo teve o condão de levar o Sporting à frente no marcador para o intervalo. 

 

No reatamento, o Quenda caiu na área. Quer dizer, houve Que(n)da na área e o árbitro Godinho não teve outro remédio senão assinalar a penalidade provocada por um defesa nacionalista. O Gyokeres aproveitou para "molhar a sopa", que não seria de todo gaspacho tal o caldo quente que se fazia sentir na Madeira. Entretanto, os nacionalistas iam caindo que nem tordos, ao passo que os leões se mostravam frescos que nem a alface de onde a Nike extraiu o pantone da cor das suas camisolas.  Meio perdido, o Nacional ainda depositou a fé no seu Ulisses para que a odisseia não terminasse mal, mas quando este capitulou, não fazendo jus ao herói de James Joyce (Leopold Bloom) ou de Homero, os madeirenses entregaram os pontos: logo, Geny roubou a bola dentro da área e deu de bandeja de prata a Trincão para o quarto golo; depois, Bragança procurou o melhor enquadramento para o seu pé esquerdo e colocou fora do alcance do desamparado guarda-redes nacionalista; finalmente, Gyokeres recebeu um passe do recém-entrado Debast e com um tiro de canhão causou severos danos na rede da baliza dos insulares.

 

O que é Nacional, é bom. Com a vitória garantida, os leões regressaram a banhos na bonita Pérola do Atlântico. Seguir-se-á o fim das mini-férias madeirenses e o regresso a Alcochete. Na liderança do campeonato. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Pote

Mais sobre mim

Facebook

Apoesiadodrible

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub