Eles que paguem as favas
Pedro Azevedo
Após uma derrota traumatizante, mais até pela forma como ocorreu, nada melhor do que jogar logo a seguir. Jogar é terapêutico, o melhor remédio contra a dúvida, a ansiedade e a depressão. Do outro lado vai estar o Rio Ave, uma boa equipa mas a anos-luz do potencial do Sporting. Por isso, não podemos passar da euforia incontida para a depressão mais profunda, da vertigem de, qual Hummer, passarmos todos os adversários a ferro para o pânico de sermos atropelados pela carrinha de gelados da Olá (para refrescante já chegou o balde de agua fria que levámos em Aveiro). Pelo que então joguemos, joguemos e façamos recair sobre os vilacondenses a frustração do nosso desaire anterior, que é como quem diz, eles que paguem as favas. Que são verdes, uma das cores históricas do nosso equipamento (a outra é o branco), agora tricolor por imposição dos marketeers. E o Rio Ave nada? Não, dos rioavistas devemos esperar luta, ousadia e intrepidez próprias de quem se lança ao mar todos os dias sem saber se regressa. Assim é a sua natureza, e a natureza não mente nem se desmente. Então, não duvidemos nós da nossa natureza, do nosso ADN de leão, de um clube que nasceu para ganhar, e mostremos aos vilacondenses e ao mundo a raça de que somos feitos e a qualidade do nosso futebol. E, já agora, a qualidade também dos nossos jogadores, que só precisam de voltar a acreditar em si próprios, não se deixarem corroer pelo pessimismo e sentir o apoio e estímulo da melhor massa associativa do mundo. Marquemos então o reencontro com a nossa história para Sexta-feira, que o fim de semana passado foi apenas uma triste nota de rodapé numa história gloriosa e que se pretende que continue viva mais nos relvados do que no museu.