O seu a seu dono
Pedro Azevedo
O Sporting não joga em 4-4-2, ponto. Dizer que o Sporting joga em 4-4-2 é o mesmo que mencionar que no tempo de Ruben Amorim jogávamos em 5-4-1. Não, em 4-4-2, tal como antes em 5-4-1, é o sistema em que a equipa se dispõe em campo quando sem bola, com esta o início da construção é feito a 3 - recuando Debast, quando jogamos com um triângulo no miolo do campo, ou com um dos laterais a juntar-se aos 2 centrais, quando o triângulo no eixo central é invertido (só um médio defensivo) - , numa segunda fase com um 4-3-3 bem definido no campo através das suas variantes de 4-2-3-1 ou 4-1-4-1. Nesse sentido, Trincão não é avançado, mas sim médio centro, rodando para médio esquerdo ou direito quando é necessário substituir Quenda ou Geny. Digamos que Trincão joga na que será a futura posição natural de Pote no sistema de Rui Borges, à frente ou ao lado de Morita e com Hjulmand por trás. Sem bola, aí sim, cabe a Trincão subir uma linha e juntar-se a Gyokeres, mas só quando a sua posição é a de médio centro. Quando vai para uma ala, essa missão é preenchida por Bragança ou João Simões (que geralmente entram a substituir um dos médios-ala, mas não para ocupar a mesma posição).
Nota: Não sei por que razão continua a escrever-se sobre um sistema táctico inexistente e que o próprio Rui Borges já veio esclarecer não utilizar. Na minha opinião, tal não contribui para o melhor conhecimento do jogo, só serve para confundir.
PS: Assim como no 3-4-3 (na verdade, um 3-4-2-1) de Amorim, quando os laterais subiam em simultâneo chegávamos a atacar em WM (o 3-2-5 de Herbert Chapman no Arsenal, também sistema dos 5 Violinos), no actual figurino de Rui Borges é possível ver o Sporting a atacar em 4-2-4 ou até num pouco ortodoxo 4-1-5, se desesperado por dar a volta a um resultado.