O meu louvor a Pedro Henriques
Pedro Azevedo

O meu louvor para o Pedro Henriques, antigo lateral esquerdo do Benfica e emérito comentador desportivo, que eu já aqui havia destacado anteriormente como um dos três melhores do país. O meu louvor deve-se à imparcialidade que já demonstrava na SportTV e agora mantém na SIC Notícias (o meu apreço é mais lato e atribui-se a uma leitura dos jogos que não anda à boleia do momentâneo resultado nem de preconceitos técnico-tácticos que muitas vezes não reflectem as nuances que se vêem no relvado, bem como à gíria muito própria que emprega nos seus comentários e traz "cor" ao jogo, da qual destaco termos como "alegria nas pernas" ou "partiu a corda", por exemplo). Ontem, perante mais um reacender da fogueira em que se transformou a final da Taça perdida para o Sporting, com Rui Costa e Mourinho desta vez como perpetradores do fogo posto, Pedro Henriques chamou a atenção para o óbvio: independentemente das más acções do árbitro e do VAR que não puniram a inadmissível agressão de Matheus Reis, no lance do penalty, que permitiu ao Sporting reentrar no jogo, o Florentino fez-se ao lance com pezinhos de bailarino, o António Silva foi de carrinho quando devia ter ficado de pé e o Renato Sanches (na área) atirou-ae à bola (ou ao Gyokeres?) qual elefante em loja de porcelana, ainda que a prudência aconselhasse contenção porque Otamendi já vinha no encurtamento. Uma verdade inconveniente para a cartilha benfiquista (eleitoralista, da parte de Rui Costa, que no caso de Mourinho é só uma tentativa de colher frutos no futuro de um passado que nem sequer viveu de águia ao peito), mas que evidencia que os erros não foram apenas da arbitragem, houve leveza a mais, desatenção, desleixo e imprudência na forma como o Benfica deixou-se empatar nos últimos segundos do tempo regulamentar.
