Mercado de Inferno
Pedro Azevedo
Chegou o Mercado de Inverno, que, para quem tem Gyokeres e não o quer perder, é como se fosse um Mercado de Inferno, ou seja, cerca de 30 dias passados em transe com o cutelo sobre o pescoço e na esperança de que tal objecto cortante não esteja suficientemente aguçado ou não caia, para que assim consigamos manter o nosso suporte vital.
Outras perdas importantes poderão registar-se, e sabe-se que Hjulmand é um jogador com mercado, mas nenhuma teria o impacto da transferência do sueco. No caso do dinamarquês, se vier a sair, Manu Silva poderia ser uma boa opção, vis-a-vis o conhecimento que Rui Borges dele tem e aquilo que já provou conseguir-lhe extrair, que pode ser consubstanciado na sua capacidade de passe entrelinhas (Topic, do Famalicão, seria uma boa opção).
Outros há que poderão sair e não deixarão saudades de maior, tal como, por exemplo, Fresneda, uma contratação de última hora do verão de 2023, após a vinda do prioritário Zanoli se ter revelado impossível. Para o seu lugar deve chegar Alberto Baio, outro jogador que Rui Borges bem conhece e desenvolveu para um patamar superlativo.
Depois, há lacunas no plantel que importaria resolver. Como é o caso da escassez de médios de ataque (em 4-3-3) ou interiores esquerdos (em 3-4-3). Sugiro Gabriel, do Santa Clara, ou Cristo, que foi do Arouca para o Golfo. Um guarda-redes com capacidade para jogar dentro e fora dos postes também deverá ser visto como prioritário. Nesse sentido, a minha opção seria Ricardo Velho. A SAD aparentemente está em negociações com Rui Silva, esperemos que nos resolva o problema. Entretanto, boas notícias serão os regressos dos lesionados Pote e Bragança (Nuno Santos, só para a próxima época). Com Pote, nomeadamente, a equipa ganha um cérebro para assistir a energia contagiante de Gyokeres, assim cabeça e restante corpo não sejam separados pelo famoso cutelo.