Eduardo Quaresma
Pedro Azevedo
Gosto muito do Quaresma, começo por dizer. A sua compostura com a bola e a velocidade com que corre para trás permitem-nos adequar mais o nosso jogo ao da equipa grande que somos. Com a sua saída em progressão há uma alternativa ao passe de Inácio, duas formas diferentes de quebrar linhas que tornam o nosso jogo mais imprevisível para qualquer adversário. Também a sua rapidez nos ajuda e muito, permitindo-nos subir linhas até quase o meio campo adversário.
Custa muito a entender como um jovem desta categoria, com atributos que podiam fazer dele um Beckenbauer ou um Baresi, ainda não é um titular indiscutível no Sporting. A razão talvez resida num complexo qualquer de Peter Pan de que padecerá: olha-se para ele e parece uma criança. Ainda que um bom menino, note-se. Alguém de bem com a vida, alegre, em suma, feliz. Não sei se isso colide com a imagem que se espera de um "activo" do futebol negócio, cinzento e aparentemente compenetrado da sua tarefa, mas a cor que o Quaresma traz para o jogo é um espectáculo, reconcilia-nos com o futebol dos bancos da escola e com a nossa juventude. Não foi por isso que aprendemos a amar o jogo? Então, muitos parabéns ao Sporting por ter prolongado o vínculo do Eduardo (até 2028), um jogador que, mais do que admirado, precisa de ser compreendido.