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A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

26
Dez23

Brian Clough


Pedro Azevedo

Imaginam um treinador pegar numa equipa de uma pequena cidade com pouco mais de 200.000 habitantes, a debater-se para se manter na segunda divisão, e ser capaz de conseguir catapultá-la até ao título máximo do futebol inglês em apenas 3 anos? E ter o engenho e a competência de repeti-lo poucos anos depois, num outro clube de uma outra pequena cidade, com o extra de se tornar campeão europeu não uma, mas duas vezes? Os clubes retratados são o Derby County e o Nottingham Forest e a fada deste conto é na verdade um feiticeiro. O seu nome é Brian Clough, o homem que transformou underdogs em galgos habilitados a ganhar qualquer tipo de corrida. Personalidade "bigger than life", Clough, respaldado pelo seu fiél escudeiro Peter Taylor, venceu o campeonato inglês em 72 (Derby) e 78 (Nottingham, logo no ano em que subiu de divisão), tendo a concorrência do Liverpool de Bill Shankey ou Bob Paisley (campeão em 73,76, 77, 79 e 80 e vencedor da Taça dos Campeões Europeus em 77 e 78), o Leeds de Don Revie (duas vezes campeão) ou o Ipswich de Bobby Robson (5 vezes no pódio entre 75 e 82). [Sem Taylor nunca conseguiu igual sucesso, fosse no Leeds (Taylor optou por ficar em Brughton, onde foi primeiramente adjunto de Clough) ou em Nottingham (onde permaneceu até à reforma em 92, após Taylor se ter primeiro retirado em 82 e depois assumido o cargo de treinador principal do Derby durante pouco mais de 1 ano).] Além da sua faceta de milagreiro enquanto treinador, Clough foi durante anos o melhor amigo dos tablóides britânicos, tantos foram os títulos de imprensa saídos da boca muitas vezes incontinente de Brian. É verdade, muitos anos antes de José Mourinho, houve um treinador em Inglaterra capaz de vocalmente mexer com os poderes instalados. E de ter sucesso. Como um "Special One" (second to no one). The one and Only, Mr Brian Clough!

 

P.S. Para Clough não bastava ganhar, era preciso jogar bem. Por isso teve problemas quando substituiu Don Revie (foi treinar a selecção inglesa) no Leeds, resistindo apenas 44 dias no cargo, depois de anos a criticar os seus jogadores e treinador, que na sua opinião praticavam um jogo duro e sujo. Era esta a personalidade de Brian Clough: sonhador, aventureiro, idealista, fantasioso, sempre a lutar contra os moinhos (por maiores que estes fossem), qual D. Quixote cujos melhores momentos foram passados ao lado de um mais realista Sancho Pança (Peter Taylor). 

brian clough1.jpg

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