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A Poesia do Drible

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

"Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe d'asa... Se ao menos eu permanecesse aquém..." - excerto de "Quasi", de Mário de Sá Carneiro

A Poesia do Drible

26
Fev24

Tudo ao molho e fé em Deus

E dois pontos o vento levou...


Pedro Azevedo

Para um clube de fidalgos, visitar a vila de um conde enquadrar-se-ia perfeitamente dentro da normalidade do protocolo habitual nessas circunstâncias. Mas o conde de que falamos não deveria frequentar muito as cortes, nem servir-se do cofre real, e o resultado foi que a sua gente teve de fazer pela vida e para sobreviver educou-se mais no conteúdo do que na forma, no pragmatismo ou realismo, o que no futebol se traduz correntemente em meia bola e força, bola para o mato que é jogo de campeonato: não é fácil jogar em Vila do Conde. Exige conhecimento amplo sobre ventos e por vezes marés, navegabilidades, a Arte da Guerra e quais as melhores caneleiras. Nem todas as equipas sabem bolinar por entre os ventos, nem todos os jogadores compreendem as trajectórias de um bom biqueiro na bola ou no lombo, só a frieza de leitura do jogo de um treinador faz perceber qual a pontão que sustenta a estrutura do adversário que é preciso abordar, se tiver a sorte de ter armas para isso ou dinheiro para gastar em Janeiro.  

 

Com o Geny à deriva e o Diomande a não responder à chamada de socorro ao náufrago, cenas da vida marítima, cedo o Umaro Embaló(u) a tempestade. Fazendo jus à lenda, logo o Narciso meteu água (lance precedido de falta sobre Pote) ao validar o golo, dando razão a quem acha que ele não é flor que se cheire (sabe-se que depois do Narciso se ter afogado, Afrodite transfomou-o numa flor). Na baliza, o Jhonatan mostrava-se na hora H, agá que para ele é antecipado desde que os seus pais registaram (mal) o seu nome. Devido a essa emergência, cedo começou a defender, negando o golo ao Gyokeres (duas vezes) e ao Trincão. Mas o Morita soltou-se e quando o Morita solta o seu perfume, os adversários ficam de olhos em bico e aparece o melhor Sporting. Na ressaca, o Hjulmand marcou um bonito golo. Quem também soltou, mas a bola, foi o Adán. Por sorte ou azelhice de um jogador do Rio Ave, não deu golo. Sorte, desta vez do Rio Ave, e azelhice (do árbitro) que se repetiram mais tarde, quando o Nóbrega, com os pitões em riste, aplicou um golpe de ninja em cima do Trincão e escapou sem a grande penalidade. Bola cá, bola lá, mais uma desatenção do nosso lado direito e bola no poste. Até que o Amine teve um atraso (mental) que correu mal e o Gyokeres explodiu com as redes do Rio Ave - foi o 30º golo do sueco e o 100º do Sporting na temporada. Estávamos finalmente em vantagem, ainda por cima com o intervalo a chegar. Só que o Nuno Santos ensarilhou os seus pés entre as pernas de um Costinha de frente para ele, oxímoro que melhor explica o absurdo do sarilho de um penálti e nova igualdade no marcador. 

 

Como o Diomande estava a meter água à direita, para o segundo tempo o Rúben decidiu que ele passaria a meter água pela esquerda a fim de equilibrar as contas (entrou Quaresma para central pela direita). Com isso saiu o Inácio, e com ele os passes rasos entre-linhas que são tão penalizadores para quem nos quer pressionar em cima. Pressão que o Rio Ave idealizou e realizou, desde o reatamento, impedindo que o Sporting partisse confortável para a frente. Desconforto que aumentou quando Quaresma se deixou sobrevoar e Adán hesitou como sempre em sair da baliza e acabou por colidir calamitosamente com o isolado avançado rioavista (Aziz). Do penálti consequente resultou a segunda vantagem do Rio Ave no marcador. Lá apareceu de novo o Morita, de surpresa. E o Coates, ainda sem a lança, empatou, mostrando que um simples central também pode marcar golos. Depois, o Amorim lá o investiu de Central de Lança, um provável resquício futeboleiro (quando não um tique) de um pós-25 de Abril em que os capitães eram graduados em generais. Até ao fim, o Gyokeres continuou a levar pancada. Curiosamente, à medida que o jogo se encerrava, o árbitro foi-se mostrando mais compreensivo com as perdas de tempo dos rioavistas, beneficiando-os com cartões amarelos e até um encarnado, tudo o que no fundo fizesse o relógio avançar e a falta de senso não compensar. Nesse transe, chegou a enviar para casa o Renato, que Pantalon (calças) não é farda que se apresente ao trabalho de um jogador de futebol. [Sim, o Pantalon não pode ter sido expulso à beira do fim por mais uma de muitas outras pauladas que o Gyokeres apanhou e passaram sem admoestação, quando não sem falta, durante todo o jogo.]

 

Pela primeira vez, senti a equipa pressionada. Como se, após o Carnaval, lhe tivesse caído a máscara da tranquilidade. Também não ajudou à festa que em tempo de Quaresma este tivesse ficado de fora, mas pode ter sido devido a uma qualquer penitência mais própria da quadra que vivemos a que Rúben se tenha sujeitado. O que é certo é que se queremos amêndoas docinhas na Páscoa, melhor será recuperarmos o foco. Porque alguma coisa teremos de recuperar, já que mais um interior ou ponta de lança serão irrecuperáveis até ao final da época. Até lá, seguimos crónica a crónica (que com a pressão também têm os seus dias).

 

Tenor "Tudo ao molho...": Gyokeres. Hjulmand (se fosse só pela primeira parte, em que marcou 1 golo e recuperou ou antecipou inúmeras bolas, teria sido o melhor), Morita (esteve em 2 golos e no que poderia ter sido outro) e Coates bem. Pote, Edwards, Adán e Diomande: zero. Os outros: neutro.

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24
Fev24

Manuel Fernandes


Pedro Azevedo

Se uma pessoa se evidencia em vida, é justo que o reconhecimento público dos seus feitos também aconteça enquanto por cá anda. Ora, o Manuel Fernandes felizmente está connosco e espero que por muitos e muitos anos. Por isso, dedico-lhe esta humilde crónica como homenagem singela a um homem e um jogador de futebol que me deu inúmeras alegrias, sentimento que me gera uma dívida que nunca lhe conseguirei retribuir na íntegra.

 

Falar sobre o Manuel Fernandes é o mesmo que discorrer sobre a minha relação com o Sporting, eu que, menino, me estreei em Alvalade na época em que ele também se equipou pela primeira vez de leão rampante ao peito (de verde e branco já jogara, pela CUF). E se a minha estreia foi feliz, tal também se deveu em parte a ele, visto ter marcado um dos golos de uma esmagadora vitória (5-1) sobre o Porto do grande artista Cubillas. Além de excelente futebolista (já lá vamos), o Manel viveu o Sporting como nenhum outro futebolista depois dele. Eu bem o vi a sofrer por dentro e encolerizado por fora, na Luz, quando ao intervalo perdíamos 5-0 com o Benfica, que o apego ao símbolo que levava ao peito não lhe permitia conformar-se com a humilhação e vexação sentidas nesse momento. A vingança serviu-a fria, nove anos depois, com 4 golos no bornal numa épica vitória por 7-1 face ao rival eterno, ainda hoje o resultado mais desnivelado entre os 2 clubes em jogos oficiais. 

 

Fiél ao seu clube do coração, recusou inúmeros cantos de sereia dos nossos concorrentes ao título e só nos deixou quando lhe mostraram a porta de saída. Foi um tal de Burkinshaw, um treinador de má memória, quem lhe escancarou a porta, perante o silêncio e a inércia de uma direcção recém-eleita (Amado de Freitas) que sucedeu a João Rocha e não soube transmitir que num monstro sagrado não se toca. Se no longo-prazo pagaríamos tal dislate numa falta de mística que prolongaria a nossa travessia no deserto até se perfazerem 18 anos, no curto-prazo o défice foi imediato: deslocação a Setúbal para defrontar o Vitória e derrota por 1-0. Adivinhem quem marcou? O Manel, está claro. Na cidade do Sado pôde atenuar o enfado de ter deixado o Sporting ao reencontrar Malcolm Allison. E com Allison, Jordão, Eurico, Zezinho e Meszaros, a espinha dorsal da equipa campeã nacional pelo Sporting em 81/82. Continuou a marcar golos como sempre, até que arrumou as botas e assumiu a pasta de treinador. 

 

Do Manuel Fernandes jogador, recordo a finta curta dentro da área que o tornaria o pesadelo dos defesas, divididos entre tentar desarmá-lo ou correr o risco de sobre ele cometerem um penálti. Também a sua aceleração em poucos metros, seguida de súbita travagem com ABS que partia os rins a quem o defendia. Igualmente o seu entendimento com Rui Jordão, com quem comunicava por sinais de fumo e a quem daria múltiplas assistências para golo. Porque o Manel era assim, e muitas vezes podendo marcar, servia o companheiro mais bem colocado (ou, simplesmente, a precisar do golo para ganhar moral), altruisticamente. E quando a este duo se juntou António Oliveira, então nasceu a santíssima trindade (o Jordão era mesmo Trindade de apelido), para gáudio de todos os que seguiram de perto a epopeia de 82. Todavia, o traço que mais me impressionou nele foi a forma como se adaptou a avançado centro, ele que na CUF jogara como extremo, e como conseguiu sobreviver à pressão de substituir um outro meu ídolo de infância, o Hector Yazalde.

 

Bastas vezes injustiçado no espaço da Selecção, de Manuel Fernandes raramente se ouviu um queixume. Homem humilde, nunca deixou de ser um senhor. No relvado, apesar de craque, fez sempre prevalecer a equipa em detrimento do seu interesse individual. Assim ocorreu, por exemplo, quando aceitou recuar um pouco no terreno para dar a área a Rui Jordão. Talvez por isso só tenha conquistado uma Bola de Prata, troféu que premeia o melhor marcador do Campeonato. Ganhou, no entanto, muito mais do que isso: a admiração de todos os Sportinguistas que sempre o viram como um de nós. 

 

Longa vida, Manel, e que o seu Sportinguismo ainda possa contagiar novas gerações de leõezinhos espalhados pelo país. Como, aliás, me contagiou a mim e disso lhe estou mui grato. Grande Manuel Fernandes, enorme campeão!!!

 

"Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata." - Carlos Drummond de Andrade

 

P.S. Foi com o Manuel Fernandes (e Damas e Fraguito, os meus outros dois ídolos, que o primeiro de todos, Yazalde, já não fui a tempo de o ver jogar) que a minha relação com o Sporting passou de uma onda média (da rádio) para um tsunami de emoções (aquando da primeira vez que pisei o solo "sagrado" do velhinho José Alvalade).

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23
Fev24

Antevisão a Vila do Conde


Pedro Azevedo

Esta malta que vai ao mar e enfrenta tempestades, enrijece de cada vez que chora o não regresso dos seus entes queridos. Gente assim pode vacilar, mas não quebra. Luta até ao fim, porque a vida como lhes foi ensinada é de luta constante. Vive para lutar e luta para viver. Por isso, não podemos encarar o jogo de Vila do Conde com tibiezas ou hesitações. Se o fizermos, eles lançam-nos as redes e vencem-nos pelo arrasto. Não se pode pensar em ir fazer uma peladinha, sob pena de no fim acabarmos nós pelados. De pêlos nas canelas. De pontos. Venha então o Sportingão que não faz gestão. O de Moreira ou de Vizela, o da Casa Pia, que não faz concessões. Caso contrário, estaremos a brincar com o fogo. Que por vezes arde sem se ver. Como o metanol, que queima. Também como o amor que esta gente nutre pela (sua) terra, apego que se explica por ser o único porto seguro de quem joga a vida diariamente no mar. 

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23
Fev24

Tudo ao molho e fé em Deus

As pequenas coisas


Pedro Azevedo

Daqui a alguns anos, quando olharmos para o ranking UEFA, não nos vamos lembrar deste empate contra o Young Boys. E, contudo, é à conta de deslizes assim - o Leitor recordar-se-á do Skenderbeu e dos jogos com o LASK... -, e da atitude de alguma indiferença que foi havendo perante a sua acumulação ao longo dos anos, que o Sporting tem poucos pontos na Europa e não participará no próximo Campeonato do Mundo de clubes (2025). Porque, se o diabo está nos detalhes, as pequenas coisas acabam por no fim fazer toda a diferença. Como foi ontem o caso do desacerto na finalização, que nos custou uma vitória mais do que certa. E por goleada. Amorim sentiu-o, muito, quando se apresentou na flash-interview a deitar fumo por dentro, sem necessidade de recorrer a truques circenses. Fez bem em dar esse sinal, porque o Sporting conseguiu o mais difícil, que foi manter um ritmo alto durante todo o tempo, e tinha de ter ganho o jogo. 

 

Entre tantos falhanços à frente da baliza, difícil será destacar qual foi o mais bizarro ou caricato,  desde o pé direito de Edwards que travou o remate de pé esquerdo de... Edwards que se encaminhava para a baliza deserta até ao pontapé desferido por Bragança na pequena área que acertou no único pedaço de baliza coberto pelo guarda-redes suiço, para já não falar do traço de humanidade revelado pelo deus Gyokeres no momento em que falhou uma grande penalidade ou de uma outra perdida clamorosa do Daniel. 

 

Ainda assim houve um golo, um grande golo, marcado por Gyokeres num movimento soberbo em que rodou sobre 2 adversários e rematou de forma indefensável, por alto. No resto do tempo, a boa dinâmica leonina foi alargando os buracos no queijo suiço por onde surgiram as tais grandes oportunidades. Mas na hora de comermos o queijo, a gula demasiada levou a que a sofreguidão se impusesse ao discernimento e acabámos por cear mal e ir dormir com fome, que comer de penálti também não ajuda à correcta ingestão dos alimentos. (Continuamos sob o signo da temporada de 73/74: depois de uns 8-0 ao Casa Pia que evocaram igual resultado contra o Oriental, este jogo fez-me recordar a aziaga recepção ao Magdeburgo.)

 

Seguem-se os Oitavos e de novo a Atalanta. Um reencontro, pois então. E a possibilidade de corrigir velhas falhas para não incorrer em novos erros (Confúcio). Para que no fim a dor de partir não emerja sobre a alegria de um reencontro bem sucedido. A fazer lembrar a igualmente (à de 73/74) épica época de 63/64 (sempre a acabar em 4), em que dois jogos não bastaram para pôr fora do caminho a briosa equipa de Bérgamo no nosso rumo até Antuérpia (finalíssima), cidade onde levantámos por fim o caneco. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Viktor Gyokeres

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22
Fev24

A paixão pelo futebol na Alemanha


Pedro Azevedo

No nosso futebol macrocéfalo tal seria impossível, mas neste último fim de semana fez-se história na Alemanha quando o número total de espectadores que assistiu a mais uma jornada da 2.Bundesliga (284.643, média de 31.627) suplantou os da divisão principal (261.099, média de 29.011). Para tal muito contribuíram as assistências nos jogos que Schalke 04, Hertha de Berlim, Nuremberga, Hannover 96, St Pauli, Hansa Rostock e Karlsruher disputaram em casa. 

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22
Fev24

Gyokeres no topo da Europa


Pedro Azevedo

Segundo o jornal espanhol A Marca, em artigo com o título de "Os outros dois Mbappé", Viktor Gyokeres, do Sporting, reparte com Kylian Mbappé e Luuk de Jong a liderança europeia dos jogadores com mais participações directas em golos. Em boa verdade, o sueco até deve ser considerado como o único líder, na medida em que os seus números foram conseguidos em menos minutos de utilização (2519 min. de 31 jogos, contra os 2619 min. do jogador do PSG e os 2828 min. do futebolista do PSV): Gyokeres tem actualmente 39 participações directas, resultantes de 28 golos e 11 assistências, exactamente os mesmos parciais do holandês de Jong. Já o francês Mbappé marcou mais (32 golos), mas foi menos influente a nível das assistências (7).

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22
Fev24

Chegará hoje o centésimo?


Pedro Azevedo

O mais importante será vencer, e esse (ganhar o próximo jogo) deverá ser o nosso único objectivo até às contas de final da época. Mas, tendo em conta que em golos marcados nos aproximamos do 100º (97 até ao momento), fica a curiosidade sobre se tal acontecerá hoje e quem será o seu autor. Tem a palavra o Leitor, se quiser atravessar-se com um palpite. 

22
Fev24

A estatística confirma a qualidade do trabalho


Pedro Azevedo

Actualizado o ranking GAP, o que se conclui? Bom, há dois indicadores que saltam logo à vista. O primeiro é que, após 35 jogos, Rúben Amorim conseguiu o número impressionante de 80% de vitórias. O segundo é que Viktor Gyokeres lidera os rankings de golos e de assistências, sendo claramente o nosso jogador mais influente e MVP (Most Valuable Player). E, se do ponto de vista quantitativo, os nomes de Amorim e de Gyokeres se evidenciam, no plano qualitativo é impossível não dar relevo à forma como o Sporting domina os adversários e roda o plantel ou o sueco se destaca na procura da profundidade, serve de pivô para combinações interiores ou demonstra frieza na cara do golo. Por tudo isto, a carreira do Sporting em 23/24 é indissociável da qualidade de jogo apresentada por Rúben e das prestações de Viktor, restando a nós esperar que o foco do treinador e a energia do sueco não se esgotem a fim de que a época se possa concluir com a tão merecida glória. Não esquecendo, claro, a importância da restante equipa técnica e jogadores. Porque ninguém ganha nada sozinho e a qualidade técnica, física, táctica e mental medida individualmente não substitui um colectivo forte e a apontar todo na mesma direcção. 

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